Política Titulo Rejeição de contas
Lauro Michels articula deixar Reali inelegível

Prefeito de Diadema vai pedir à sua base governista para manter rejeição de contas do petista

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
12/08/2013 | 07:06
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Montagem/DGABC


As contas rejeitadas do primeiro ano de administração do ex-prefeito de Diadema Mário Reali (PT) já chegaram à Câmara e o atual chefe do Executivo diademense, Lauro Michels (PV), prepara plano para manter a punição do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e deixar seu adversário petista inelegível.

Nos próximos dias, Lauro deve convocar sua base governista, composta por 15 vereadores, e pedir para que eles vetem a contabilidade de 2009 de Reali, negativada pelo TCE por investimento insuficiente em Educação.

Se o Legislativo mantiver o posicionamento da corte estadual, Reali seria enquadrado na Lei da Ficha Limpa e sequer conseguiria concorrer a deputado estadual no ano que vem, como está nos seus planos.

“Jogo e política são estratégias. Vamos traçar a melhor para o governo. Se for essa (estratégia), os vereadores terão de mostrar de que lado estão. Se estão do meu lado ou em cima do muro. Vamos colocar as cartas em cima da mesa na hora certa”, adiantou Lauro.

Para ser absolvido, o ex-prefeito diademense precisa de 14 votos. Hoje ele tem garantidos seis votos, todos da bancada petista – Orlando Vitoriano, Lilian Cabrera, Josa Queiroz, José Antônio da Silva, Ronaldo Lacerda e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, hoje presidente da Casa.

Do atual bloco governista de Lauro, nove vereadores foram eleitos sob coligação de Reali no ano passado: João Gomes (PRB), Ricardo Yoshio (sem partido), Célio Boi (PSB), Vaguinho do Conselho (PSB), Cida Ferreira (PMDB), Reinaldo Meira (PR), Luiz Paulo Salgado (PR), Talabi Fahel (PR) e José Zito da Silva, o Zezito (PR).

Essa quantidade de ex-aliados fez com que Reali já iniciasse, pessoalmente, a negociação para ver suas contas anistiadas pela Casa. Nos últimos dias, o petista chegou a ligar até para integrantes da sua antiga oposição como forma de garantir a votação necessária para ser absolvido.

Antes, o ex-secretário de Esportes Antônio Vanderly de Lima já circulava pelos corredores da Câmara para articular a derrubada do veto às contas de seu antigo patrão.

Nos bastidores, comenta-se que, na costura para a presidência da Câmara, o PR teria se comprometido a aliviar as contabilidades rejeitadas de Reali. Com a bancada de quatro vereadores republicanos, o ex-prefeito teria dez votos contabilizados, necessitando de mais quatro para se livrar de punição.

A previsão da mesa diretora do Legislativo é incluir a rejeição do TCE na sessão do dia 5 de setembro.

ESTRATÉGIA

A movimentação de bastidor na Câmara não é a primeira articulação política feita por Lauro para fazer com que Reali fique inelegível.

No início do ano, o verde protocolou no Ministério Público relatório fiscal da Prefeitura apontando que seu antecessor deixara R$ 48 milhões em restos a pagar sem ter dinheiro em caixa, prática condenada pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

O MP abriu inquérito civil para apurar o caso e a investigação está em trâmite.




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