Economia Titulo Iniciativa
Comercialização é o maior desafio da economia solidária

Com investimento de R$ 2 milhões, incubadora ajudará a viabilizar iniciativas do setor na região

Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
08/08/2013 | 07:07
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A expressão economia solidária surgiu na Inglaterra, na virada do século 18 para o 19, a partir da necessidade dos artesãos de ganharem a vida depois de terem sido substituídos pelas máquinas a vapor. Livres do jugo dos capitalistas, eles desenvolveram uma forma de produzir baseada na cooperação e na autogestão e que tinha como centro a valorização do ser humano e não do capital. Até hoje, o maior problema para praticar essa forma de produzir é encontrar pontos de contato com o sistema capitalista que permitam sua sobrevivência sem alterar sua essência.

“A economia criativa é uma das mais generosas portas de entrada para quem está excluído do mercado de trabalho (seja por qual motivo for). Por isso, nos preocupamos em criar políticas públicas que apoiem as iniciativas desta natureza”, diz o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que participou do seminário Os desafios da comercialização na economia solidária: participação, organização e qualificação, realizado ontem. A escolha do tema se justifica. “Entre as interfaces com o mercado mais desafiadoras para as iniciativas solidárias estão, justamente, escoar sua produção e a forma de resolver isso é por meio da qualificação”, diz o diretor do departamento de empreendedorismo e trabalho da Prefeitura de São Bernardo, Nilson Tadashi Oda, organizador do evento.

O secretário de Desenvolvimento do município, Jefferson José da Conceição, destaca que para apoiar as iniciativas da economia solidária foi criada uma incubadora que conta com a coordenação da Universidade Metodista e que nasceu de parceria inédita entre o Finep (Agência Nacional de Inovação), que entrou com R$ 1,7 milhão, e da Prefeitura de São Bernardo, que contribuiu com R$ 300 mil, e que conta com a coordenação da Universidade Metodista.

“Nossa missão é promover a formalização e ajudar na inserção no mercado com competitividade”, explica o gestor da incubadora, Douglas Siqueira. Atualmente 20 empresas estão em pré-incubação. No fim de 2014, a meta é ter dez já formalizadas.

“Um dos grandes problemas do setor é o acesso ao crédito. Acredito que essas iniciativas podem ajudar”, diz o pesquisador da Universidade Federal do ABC Fernando Valentin, especialista em economia solidária.

Para o representante do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Antônio Haroldo Mendonça, o Grande ABC está na vanguarda deste tipo de iniciativa. “É preciso adaptar essa forma de produção à realidade urbana e olhar com atenção para as oportunidades”, diz o especialista, que descobriu por meio de pesquisa com 22 mil entes de economia solidária os principais gargalos do setor (veja arte acima)
 




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