O imã Yassin Muhiddin Aref, 34 anos, e o fundador da mesquita Masjid As-Salaam, Mohammed Mosharref Hossain, 49 anos, foram detidos no fim da noite desta quarta-feira.

O subprocurador-geral James Comey, em entrevista à imprensa em Washington, capital americana, informou que os suspeitos negociaram lavagem de dinheiro com um agente secreto do FBI, que se fez passar por importador de armas, a serviço de células terroristas que operam nos Estados Unidos, para tentar vender-lhes um míssil terra-ar portátil.

De acordo com o FBI, os suspeitos planejavam utilizar esse míssil contra um diplomata paquistanês em Nova York, em represália pelo apoio do presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, à guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos.

Embora não seja o "caso do século", disse Comey, a operação foi bastante significativa. "Esperamos que essa operação envie uma mensagem às pessoas que estão pensando em prejudicar o povo desse país. Estamos trabalhando muito, muito duro para conseguir nos infiltrar no inimigo", acrescentou.

Aref e Hossain foram acusados oficialmente de dar apoio material ao terrorismo e de participar em uma conspiração de lavagem de dinheiro.

Comey se negou a comentar se Aref e Hossain têm vínculos com grupos terroristas e informou apenas que o míssil usado na operação foi desarmado.

O governador de Nova York, George Pataki, reconheceu que a revista na mesquita e em duas casas da área foi o auge de uma investigação de um ano da força de tarefas conjuntas antiterrorista, que combina organismos estatais, regionais e federais.

Pataki esclareceu que essa operação não está ligada ao aumento do nível de alerta antiterrorista para "laranja" (muito elevado) decretado no último domingo em Washington e Nova York pelo governo do presidente George W. Bush.

As autoridades afirmaram também no domingo que a rede Al Qaeda tinha como objetivos a sede do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial em Washington e o prédio da Bolsa de Nova York, entre outros alvos financeiros.

Antraz- Agentes do FBI fizeram nesta quinta-feira várias batidas em Nova York e no Estado vizinho de Nova Jersey no âmbito das investigações pelo envio de cartas com o bacilo do antraz, que causou cinco mortes após os atentados do 11 de Setembro de 2001.

Uma porta-voz do FBI, Donna Spiser, informou que as batidas acontecem em "múltiplos pontos" de ambos os Estados. "Essas buscas estão relacionadas às investigações em curso do FBI sobre a origem das cartas com bacilos de antraz enviadas em setembro e outubro de 2001, que resultaram na morte de cinco pessoas e em doenças sérias em outras 17", disse, em um comunicado, acrescentando que essas revistas não representam "perigo para a saúde pública".

As cartas foram enviadas ao escritório do editor de um jornal da Flórida, ao prédio da rede americana de televisão NBC, em Nova York, e ao gabinete no Congresso do líder da maioria no Senado, Tom Daschle.

Até o momento, ninguém foi acusado pelo pior ataque biológico aos Estados Unidos.