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Ex-senador é preso em operação da PF em Rondônia
Do Diário OnLine
05/08/2004 | 21:49
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Depois de mais de um ano de investigações dentro da ‘Operação Rondônia’, responsável pelo combate à criminalidade no Estado, a Força Tarefa Mamoré, coordenada pela Polícia Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira uma ação denominada ‘Orcrim ESA’, com o objetivo de cumprir 33 mandados de busca e apreensão e 22 prisões temporárias. Entre os presos está o ex-senador Ernandes Amorim, considerado um dos principais membros da organização criminosa que atuava na cidade.

De acordo com o Departamento da Polícia Federal, os 22 presos são acusados de desvio de verbas públicas federais, formação de quadrilha, corrupção, grilagem de terras, exploração de minérios, exploração clandestina de madeiras e concussão. Ao todo, 140 policiais federais foram deslocados de cinco Estados para a missão, na qual eles apreenderam armas, veículos, computadores, cofres, armas e diversos documentos, que serão a partir de agora analisados.

A quadrilha trabalhava com desvios de verbas públicas federais e estaduais, especificamente as relacionadas a obras públicas. O prejuízo estimado pelos investigadores da PF gira em torno de R$ 18 milhões. O esquema da quadrilha girava em torno do superfaturamento das obras e até licitações fantasmas, entre outros crimes, todos no Estado de Rondônia. Uma das pessoas presas, Albertina Franco de Melo Almeida, é a titular da Secretaria de Finanças da cidade de Ariquemes.

A prefeita de Ariquemes e filha do ex-senador, Daniela Amorim, não foi presa na operação - ao contrário do que foi informado anteriormente. Os agentes apenas cumpriram mandado de busca e apreensão na residência da prefeita. Durante mais de três horas, a PF buscou documentos e outras possíveis provas no local. A casa do prefeito de Porto Velho, Carlos Alberto de Azevedo Camurça, também foi vasculhada por policiais federais. Hernan e Osmar, filho e irmão do ex-senador, respectivamente, também foram detidos.

As prisões temporárias têm duração de cinco dias, período em que a equipe da ‘Operação Rondônia’ deve adotar as providências judiciais necessárias para cada caso, inclusive pedidos de prisão preventiva, com duração de 30 dias.

A atuação da Força-Tarefa Mamoré, que é parte da Operação Rondônia, continua no combate à criminalidade no Estado. Os presos deverão passar por exame de corpo de delito, e posteriormente serão encaminhados ao Presídio Urso Branco, em Porto Velho.

Controverso - Ernandes Amorim é conhecido por ter hábitos excêntricos. O ex-senador costuma andar a cavalo pelas ruas de Ariquemes, cidade governada pela filha, comportando-se como se fosse um xerife. Na casa dele, os agentes federais apreenderam documentos, uma espingarda e uma pistola.

Quando era senador, Ernandes Amorim foi acusado de tráfico internacional de drogas. Há quatro anos, ele teve seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico. No ano passado, o ex-parlamentar e ex-prefeito de Ariquemes foi preso por crime ambiental e só saiu da cadeia por força de uma liminar judicial.

A Justiça determinou ainda o bloqueio de todos os bens do ex-senador, que é dono de construtoras, fazendas e do maior frigorífico do Estado de Rondônia.

Nesta manhã, depois de cumprido o mandado de busca e apreensão em sua casa, Ernandes Amorim ficou preso num ônibus da PRF (Polícia Rodoviária Federal) estacionado na saída da cidade de Ariquemes. Todos os presos na primeira fase da operação ficarão detidos na penitenciária Urso Branco, em Rondônia.




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