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Estudo alerta para uso de drogas em raves no país
21/06/2004 | 23:48
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Reunidos em um seminário no Ministério das Relações Exteriores, especialistas em saúde de jovens e combate às drogas de vários países recomendaram nesta segunda-feira aos governos e agentes sociais que dêem mais atenção às raves, festas de música eletrônica que costumam concentrar multidões.

Em palestras realizadas no Seminário Internacional Políticas Públicas sobre Drogas, promovido pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), representantes da Europa e das Américas avaliaram que os traficantes montaram um eficiente sistema via internet de promoção de eventos de música eletrônica com a finalidade de aumentar a venda de entorpecentes e bebidas alcoólicas.

Os especialistas associam a música tecno ao consumo de ecstasy. "Existem determinados instrumentos de transmissão musical que fazem relação com o ritmo de batida do coração, aumentando a vontade de consumir drogas", disse Fernando Negrão, presidente do Instituto da Droga e Tóxico-Dependência de Portugal.

O secretário nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, não quis entrar na polêmica das festas raves, mas, assim como os especialistas reunidos no seminário, entende que a droga é uma questão de saúde. "É preciso flexibilidade na prevenção ao uso de drogas, agora mesmo estamos patrocinando o Festival Porão do Rock, em Brasília", disse Uchôa. "Os jovens querem e estão abertos a informações sobre o assunto, não podemos fugir dessa turma", completou.

Negrão disse que a maior dificuldade em reprimir o tráfico de entorpecentes como o ecstasy é entender o sistema de divulgação das festas, quase sempre operado horas antes do evento ocorrer, por meio de e-mails e blogs. "Em Portugal, estamos tentando fazer um maior controle dessas festas", disse Negrão. Marcel de Kort, do Ministério da Saúde da Holanda, também defendeu maior atenção à relação entre música tecno e consumo de drogas. "O ecstasy se encaixa bem na cultura da juventude atual, pois o usuário pode dançar a noite inteira e tem a sensação de que todos são amigos", afirmou. Já Christina Gynna Oguz, coordenadora adjunta de Política Nacional sobre Drogas da Suécia observou que o ecstasy pode causar morte por hipertermia (febre) e trazer danos irreversíveis ao fígado e ao cérebro.




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