Em palestras realizadas no Seminário Internacional Políticas Públicas sobre Drogas, promovido pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), representantes da Europa e das Américas avaliaram que os traficantes montaram um eficiente sistema via internet de promoção de eventos de música eletrônica com a finalidade de aumentar a venda de entorpecentes e bebidas alcoólicas.
Os especialistas associam a música tecno ao consumo de ecstasy. "Existem determinados instrumentos de transmissão musical que fazem relação com o ritmo de batida do coração, aumentando a vontade de consumir drogas", disse Fernando Negrão, presidente do Instituto da Droga e Tóxico-Dependência de Portugal.
O secretário nacional Antidrogas, general Paulo Roberto Uchôa, não quis entrar na polêmica das festas raves, mas, assim como os especialistas reunidos no seminário, entende que a droga é uma questão de saúde. "É preciso flexibilidade na prevenção ao uso de drogas, agora mesmo estamos patrocinando o Festival Porão do Rock, em Brasília", disse Uchôa. "Os jovens querem e estão abertos a informações sobre o assunto, não podemos fugir dessa turma", completou.
Negrão disse que a maior dificuldade em reprimir o tráfico de entorpecentes como o ecstasy é entender o sistema de divulgação das festas, quase sempre operado horas antes do evento ocorrer, por meio de e-mails e blogs. "Em Portugal, estamos tentando fazer um maior controle dessas festas", disse Negrão. Marcel de Kort, do Ministério da Saúde da Holanda, também defendeu maior atenção à relação entre música tecno e consumo de drogas. "O ecstasy se encaixa bem na cultura da juventude atual, pois o usuário pode dançar a noite inteira e tem a sensação de que todos são amigos", afirmou. Já Christina Gynna Oguz, coordenadora adjunta de Política Nacional sobre Drogas da Suécia observou que o ecstasy pode causar morte por hipertermia (febre) e trazer danos irreversíveis ao fígado e ao cérebro.
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