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PSDB ameaça pedir cadeira de Paulinho

Exigência do diretório de Santo André entrará caso o ex-tucano resolva apoiar candidato do PT ao Paço, Carlos Grana. Vereador está próximo do PSD, hoj

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
18/07/2012 | 07:32
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O diretório do PSDB de Santo André ameaça entrar na Justiça Eleitoral para pedir a cadeira do vereador Paulinho Serra (sem partido), caso o parlamentar resolva apoiar a candidatura petista ao Paço do deputado estadual Carlos Grana. Com a saída de Paulinho do tucanato no começo do mês, o vice na chapa majoritária do prefeiturável Raimundo Salles (PDT) e presidente da executiva local, Ricardo Torres, sustentou que o procedimento passará por crivo interno da legenda.

Se o vereador definir seguir a linha do PT – possibilidade não descartada no meio político, especialmente após proximidade com Grana –, Torres adiantou que a decisão do ex-correligionário contará com avaliação da sigla. Segundo ele, a determinação será coletiva. “Não sou eu quem delibero isso (sobre exigir o mandato), porém é possível. Nós faremos reunião da executiva (municipal) em breve para tomar posição sobre o caso.”

Segundo a Lei Eleitoral, o mandato parlamentar pertence ao partido e não ao candidato eleito. Com isso, a vaga do vereador que deixa sua legenda ou é expulso pode passar a ser exercido por suplente. A medida serve para evitar troca-troca de siglas. Em contrapartida, a Justiça abre precedentes em três casos: perseguição política, mudança de ideologia partidária ou migração a sigla recém-fundada, caso do PSD.

Paulinho resolveu sair do ninho tucano depois que seu projeto ao Paço foi abortado pelo diretório local, aliado às alterações de rota às vésperas da convenção partidária. Segundo o vereador, a situação de perseguição política ficou clara diante das declarações dos dirigentes. “O próprio presidente da estadual (Pedro Tobias) declarou que foi um estupro a retirada da candidatura”, disse, ao citar a modificação de ideologia. “Eles (direção) apoiam candidatura que já sofreu enquadramento no ficha suja por abuso do poder econômico. Não compactuo e lamento com política da chantagem, de faca no pescoço.”

O ex-tucano já posicionou que pretende tomar lado no processo eleitoral até o início de agosto. A definição, contudo, passará pela nova filiação partidária. O PSD é o cenário mais provável para integração do parlamentar. O partido está na coligação de Grana. Ele, inclusive, mantém conversas com o idealizador da sigla e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, além do vice de José Serra à prefeitura da Capital, Alexandre Schneider (PSD).

Independentemente da decisão, Paulinho avaliou que sabe que virá cobrança. Por outro lado, o parlamentar argumentou que possui o discurso de defesa na ponta da língua, já que nenhum projeto era o original, orquestrado pelo grupo político. “Queríamos candidatura própria, isenta de corrupção e ficha suja. Tentamos construir isso e chegou a ser acordado com o atual presidente, que sem nenhuma razão mudou de palavra.”




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