Diarinho Titulo Na escola
Repórteres mirins

Criar jornalzinho, programa de rádio ou blog na escola é mais simples do que você imagina

Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
04/08/2013 | 07:00
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Acredita-se que desde a Grécia Antiga, há cerca de 2.000 anos, o homem cria maneiras de divulgar os principais acontecimentos do lugar em que vive. Ao longo dos anos, também desenvolveu tecnologias para fazer a notícia chegar cada vez mais longe e em menor tempo. Assim, nasceu o jornalismo.

Já pensou por que é importante compartilhar informações? Além de ficar por dentro do que ocorre a sua volta e no mundo, é modo de dividir histórias, fatos importantes e descobrir se as autoridades estão cumprindo suas obrigações para melhorar o País.

O pessoal da Emeb Professor Paulo Freire, de São Bernardo, sabe como a notícia é importante. Lá os alunos produzem, desde 2001, jornalzinho que ganhou cara e nome novos: R@io X_O Jorn@l.

É feito a cada três meses por estudantes do 2º ano, que se transformam em repórteres mirins. Eles se reúnem toda semana, fora do horário de aula, para discutir os assuntos que serão abordados na edição. “Temos de pesquisar bastante e trazer sugestões que interessam aos leitores. A experiência é bem diferente da sala”, diz Mariana da Silva, 10 anos. O jornalzinho tem seis páginas com reportagem, entrevistas, passatempos, fotos e classificados.

As tarefas são divididas pelas professoras, que orientam e determinam o prazo de entrega. A cada publicação os alunos se revezam nas funções.

Maria Eduarda da Costa, 10, já entrevistou a mãe para falar sobre como é morar no Riacho Grande. “É muito legal porque, além de informar os estudantes, dá para alertar os pais sobre vários assuntos, como a reciclagem do óleo de cozinha.”

Depois que começou a fazer o jornal, Larissa Melo, 10, percebeu o quanto é difícil o trabalho do jornalista. “Tem de ler bastante, ser observadora e tomar cuidado com os erros de Português e de informação.”


Você e os amigos podem criar meios de comunicação na escola

Se ficou com vontade de criar um jornalzinho, programa de rádio, site ou blog na escola, saiba que o primeiro passo é levar a ideia para o professor e a direção. Juntos poderão encontrar a melhor formar de montar uma equipe e criar o meio de comunicação. Pense que ele precisa ser simples e barato de fazer, além de fácil de acessar.

Depois de tudo definido é bacana conversar com os amigos para vocês descobrirem os tipos de informações que os alunos gostariam de conferir. Lembre-se de que nem todos os assuntos podem virar notícia.

Quem participa da produção de jornalzinho ou blog, por exemplo, tem a oportunidade de melhorar a escrita e a leitura. Como o trabalho é feito em equipe, precisa saber ouvir e respeitar a opinião dos colegas. A experiência ajuda ainda a torná-lo mais responsável e a lidar com prazos.

Os colegas Gustavo Alves de Lima, 10 anos, e José Rocha dos Santos, 10, de São Bernardo, curtem fazer o jornal da escola e não levam a atividade como brincadeira. “Dá para descobrir várias coisas interessantes. Mas sempre tem de checar as informações”, diz Gustavo. Quando pesquisa, José procura sites confiáveis. “Não pode acreditar em qualquer coisa que vemos no Google.”

Também é preciso tomar muito cuidado na hora de escrever. Certifique-se de que todas as informações sejam verdadeiras. O texto também precisa estar fácil de entender e sem erros de Português.


Atividade mostra como é ser jornalista

Fazer parte da equipe do jornal da escola pode ser experiência legal para quem já pensou em estudar jornalismo. Desde o início do ano, Acauan Ricardo Figueiredo, 11 anos, e Isabela Covri Sartori, 12, de São Caetano, são repórteres mirins da Agência Experimental de Comunicação do Grupo Fênix de Educação.

Ao todo, o grupo é formado por sete estudantes que produzem o jornal semestral Se Liga! Criado em 2011, tem oito páginas. “Achei interessante participar porque posso conhecer a rotina da profissão antes de decidir se quero fazer jornalismo. Também é forma de criar o hábito de leitura entre os jovens”, diz Isabela.

Os alunos se reúnem todas as terças e quintas à tarde com o jornalista que coordena a agência. Nos encontros, sugerem as pautas, assuntos importantes que interessam aos estudantes e que podem virar notícia.

“Temos de observar tudo o que acontece na escola. Depois das ideias aprovadas, recebemos as orientações e os prazos para fazermos as entrevistas e as fotos”, explica Acauan.

Além de gostar de escrever e ler, os alunos aprenderam que é necessário ter disciplina e manter-se sempre informado. “Isso ajuda a criar as perguntas para o entrevistado e aumentar vocabulário para escrever”, diz o garoto.

A dupla conta que, certa vez, entrevistou o diretor financeiro do colégio para falar sobre as condições dos banheiros. “Dá nervoso e, às vezes, até gaguejo”, revela Acauan. Na opinião de Isabela, escrever é a parte mais difícil. “Procuro gravar para escutar depois e selecionar o mais importante para que a matéria fique atraente.”

A equipe já se prepara para criar programas de rádio e postá-los na internet, chamados podcasts.


Internet ajuda a dividir informação

A internet e as redes sociais não servem apenas para conversar com os amigos ou se divertir. Dá para compartilhar informações e até problemas que rolam na escola. Só é importante que seus responsáveis saibam da iniciativa.

Isadora Faber, 14 anos, de Santa Catarina, ficou conhecida no País após criar a página Diário de Classe no Facebook, em 2012. Ela se inspirou na escocesa Martha Payne, 10, que postava imagens das refeições escolares num blog para tentar melhorá-las. “É importante mostrar que as crianças estão vendo os problemas e querem mudanças”, afirma a menina.

Sozinha, Isadora começou a postar fotos de problemas do colégio e a expor sua opinião sobre acontecimentos com os quais não concordava. “Estava cansada de ver coisas erradas. Pensei que dessa maneira poderia despertar o interesse das pessoas.”

A direção e os colegas não gostaram da atitude. Mas ela não desistiu. A página tornou-se superconhecida na internet, e Isadora logo começou a ver melhorias na escola. “Aprendi muito com tudo e apoio essas iniciativas. Não podemos desistir dos nossos objetivos mesmo sabendo que muitos podem criticar.”


Repórteres na ficção

Penélope, também conhecida como a repórter cor-de-rosa, era uma das principais visitantes do Castelo Rá-Tim-Bum. Fez tanto sucesso que, em 2012, ganhou espetáculo no qual revela tudo o que acontece por trás das câmeras.

Tintim, protagonista de histórias em quadrinhos, animações e filmes, é o jovem repórter que viaja pelo mundo em busca de aventuras ao lado do cachorro Milu.

Lois Lane e Clark Kent formam a famosa dupla de jornalistas nos quadrinhos, séries de TV e filmes do Super-Homem. Eles trabalham no jornal Planeta Diário. Clark usa a profissão para parecer um jovem comum e esconder seus poderes.

Peter Parker trabalha como fotógrafo vendendo imagens para o jornal. Ninguém sabe, porém, que o tímido rapaz também escala prédios e combate vilões como o Homem-Aranha.

ICarly é o web show criado pelos amigos Carly, Sam e Freddie. Eles fazem vídeos divertidos e colocam na internet. A série é exibida na Nick de segunda a sexta, às 18h.


Consultoria da psicopedagoga Sandreilane Cano.
 




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