A contratação do médico e ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) pela Assembleia Legislativa foi suspensa. A pedido do deputado estadual Coronel Edson Ferrarini (PTB), o presidente do Parlamento, Samuel Moreira (PSDB), requereu ao prefeito Carlos Grana (PT) tornar sem efeito a portaria que libera o servidor público para atuar de assessor parlamentar, sem prejuízo dos vencimentos. No ofício 419/13, a justificativa é que não há mais interesse no afastamento.

Mesmo após toda articulação petebista para viabilizar a licença, Aidan, por nota, alegou que a cúpula do partido entendeu que o trabalho como assessor poderia limitar a conquista de objetivos. O afastamento do ex-prefeito já havia sido publicado nos atos oficiais na quinta-feira pelo governo Grana.

No ofício anterior, número 397/13, de 2 de julho, o pedido de afastamento do médico, lotado na Secretaria de Saúde, também é assinado por Ferrarini – Aidan trabalharia no gabinete do deputado sob a interlocução do mandatário paulista do PTB, Campos Machado. Aos planos do PTB, segundo Aidan, o importante é manter o ex-prefeito nos arredores de Santo André, cuidando da sua base eleitoral e conquistando aliados, o que seria difícil estando em cargo fixo na Assembleia.

Apesar das declarações para explicar o recuo, Aidan confirmou ter aceitado o convite na semana passada, inclusive, relatando que o início da atuação no Parlamento se daria “imediatamente” – ou seja, na sexta-feira – e o foco seria a articulação no Grande ABC, litoral e São Paulo. Fato é que a repercussão do caso foi negativa. Tanto que, estranhamente, a data do ofício que pede a suspensão do afastamento é de 12 de julho, antecedente ao acordo.

O novo documento chegou ontem ao gabinete de Grana, que deu encaminhamento à solicitação da Assembleia – o cancelamento do ato deve ser registrado amanhã no Diário Oficial.

A princípio, Aidan terá de fazer atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas) Sacadura Cabral, local para o qual foi transferido – ele é concursado e atuava há 22 anos no PA (Pronto-Atendimento) Vila Luzita. Grana frisou que o trabalho continua igual. “(A decisão da secretaria) é meramente administrativa.”

Aidan sinalizou que um retorno à rede pública não está descartado, “desde que as condições de trabalho sejam adequadas e respeitem a sua história como médico dedicado à Vila Luzita”. Por outro lado, o ex-prefeito se reunirá amanhã com Campos para discutir uma nova estratégia.