Recuo das vendas nas redes reflete o elevado índice de inflação que incide nos alimentos
A pressão inflacionária sobre os alimentos tem feito muita dona de casa gastar menos nas compras. E a retração já tem reflexo nas estatísticas: o faturamento real dos supermercados em abril teve queda de 4,5% na região. O resultado é fruto de levantamento inédito feito pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo), que na região levou em consideração quatro cidades: Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema.
“A alta nos preços dos produtos de primeira necessidade acaba inibindo o consumidor a ampliar seu leque de itens adquiridos. Isso é muito ruim, já que o setor supermercadista tem maior peso no desempenho do comércio varejista”, diz Altamiro Carvalho, assessor econômico da federação.
Segundo ele, esse é um termômetro que aponta que o País atravessa processo de desaceleração do consumo. “Esse modelo de induzir as compras por meio das desonerações de impostos (<CF51>como sobre carros e materiais de construção</CF>) e de estímulo ao crédito já aponta esgotamento. Hoje, as pessoas buscam dinheiro no mercado para pagar dívidas e não para consumir.”
Outro setor que ficou no campo negativo foi o de lojas de departamento (aquelas que vendem, pelo menos, cinco linhas de produtos e cada uma não representa 50% das vendas). Na região, a queda de faturamento neste setor em abril foi de 35%. “Os clientes buscam, cada vez mais, lojas especializadas, devido a diversidade de marcas e modelos, preços melhores e estoques abastecidos”, explica.
O Grande ABC representou 6% de participação no total do Estado – ou seja, das 16 regiões pesquisadas, as cidades daqui ocuparam o 12º lugar, com receita nominal de R$ 2,3 bilhões. A pesquisa mostra ainda que, no Estado, o faturamento do comércio cresceu 4,4% no período, ante o mesmo mês de 2012. Em relação a março, houve recuo de 1,2%.
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