Indefinição. Essa é a palavra que resume a situação dos trabalhadores da Solvay Indupa (grupo químico internacional), da planta de Santo André. Os cerca de 600 funcionários (368 diretos) pararam a linha de produção na manhã de ontem, das 6h30 às 9h30, em protesto contra as dúvidas sobre os rumos da fábrica. A companhia anunciou, em fevereiro, a venda de ações.
Após a paralisação, dirigentes do Sindicato dos Químicos do ABC se reuniram com o grupo para saber como será feita a comercialização e quando isso deve acontecer. “Eles não apresentaram nada de novo, disseram que não têm novidades”, diz o secretário de administração e finanças do Sindicato dos Químicos do ABC, Juvenil Nunes da Costa, que é integrante da coordenação da rede e trabalhador da unidade.
Desde o anúncio da venda, os funcionários da unidade de Santo André e da planta instalada na Argentina (Bahía Blanca) estão apreensivos porque não sabem se terão suas vagas garantidas e até quando estarão empregados. “É muito ruim trabalhar não tendo perspectivas de crescimento. E se venderem a unidade? E se o comprador fechar a fábrica ou demitir gente?”, indaga o sindicalista.
De acordo com Costa, uma carta foi entregue ao grupo pelos sindicatos integrantes da rede de trabalhadores no Grupo Solvay Mercosul. O objetivo foi exigir, por meio do documento, informações sobre o atual processo de venda dos ativos de Solvay Indupa. Para o sindicalista, o pedido é justificado pelo fato da empresa não ter, até o momento, prestado informações sobre o assunto, o que tem gerado incertezas sobre o futuro dos postos de trabalho.
Para isso, a categoria propõe reunião em caráter de urgência. “A qualquer momento podemos manifestar e parar a produção novamente”, ameaça Costa.
Procurada pela equipe do Diário, a empresa reafirma não ter novidades sobre a venda. Hoje, os funcionários da planta andreense recebem salário médio de R$ 3.200. Além do PVC (matéria-prima básica para qualquer artigo de plástico), a fábrica na região produz soda e cloro.