Economia Titulo Balanço
Sobrevivência das micro e pequenas empresas cresce
Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
11/07/2013 | 07:12
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Empreendedor por natureza, o brasileiro pode se orgulhar do índice de sobrevivência das suas pequenas e médias empresas: 76% na média nacional. A constatação é do estudo Sobrevivência das Empresas, divulgado ontem pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

 Essa taxa, em crescimento nos últimos estudos, mostra melhor capacidade das micro e pequenas firmas para superar dificuldades nos primeiros dois anos do negócio, quando a companhia ainda enfrenta o problema de não ser conhecida, não ter clientela formada e de ter gestores ainda pouco experientes.

 No Estado de São Paulo, a média das novas firmas que conseguem superar as dificuldades dos primeiros tempos chega a 78%. Quando a análise é feita por setor de atividade, o desempenho dos paulistas se destaca ainda mais. Na área industrial, enquanto a média nacional de êxito nos primeiros anos é de 79,9%, a paulista chega a 83,4%. No comércio e nos serviços, a média do Estado também ultrapassa a do País.

NO MUNDO

 “Empreender sempre envolve risco, por isso é natural ter um percentual de empresas que não avançam. Mas qualquer taxa acima de 70% já é considerada bastante positiva, inclusive como parâmetro internacional”, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barreto. O significado de atingir esses índices fica ainda mais ampliado quando esses dados são comparados aos de outros países.

 De acordo com o Sebrae, tomando como referência o estudo das empresas que conseguem se manter no mercado, feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) junto a 15 nações, o Brasil apresenta índices de sobrevivência de firmas recém-criadas mais alto que países como o Canadá (74%), Áustria (71%), Espanha (69%), Itália (68%), Portugal (51%) e Holanda (50%).

RAZÕES 

 “A taxa de sobrevivência é muito alta e se deve principalmente a três fatores: legislação favorável, aumento da escolaridade e mercado fortalecido”, analisa Barretto. “O Supersimples (que reduz impostos e unifica os tributos em um só boleto) deu tratamento diferenciado e melhores condições aos pequenos negócios. A escolaridade aumentou no Brasil como um todo e também beneficiou as empresas, porque um empreendedor mais preparado se planeja melhor. E, por fim, a força do mercado interno, com mais de 100 milhões de consumidores, impulsiona os pequenos negócios”, destaca.

 O Sebrae apurou que a região com maior número de companhias que vencem a barreira dos dois anos de vida é a Sudeste, onde também se concentra a maior quantidade de pequenos negócios. Nesse local, o índice de sobrevivência atingiu 78%. Em seguida está o Sul do País, com taxa de 75,3%, depois o Centro-;Oeste (74%), Nordeste (71,3%) e Norte (68,9%).

GRANDE ABC

 Sem dados específicos sobre a saúde das empresas de menos de dois anos na região, a agência regional do Sebrae no Grande ABC tem indícios positivos. “O que temos presenciado é que a demanda por parte dos empresários aumentou. Mais empreendedores estão participando de cursos, palestras e atendimentos de consultoria”, destaca Marcelo Alciati, consultor do Sebrae no Grande ABC.

 “Então, podemos considerar que quanto mais conhecimento o empresário adquire, mais capacitado ele fica”, diz Alciati, que reforça que a capacitação do empreendedor permite que a sua empresa fique mais competitiva, respondendo à expectativa do mercado. “A gestão empresarial mais assertiva, prioriza pontos que devem ser considerados para trazer mais lucratividade, o que favorece para que a vida como empreendedor seja mais saudável e consequentemente mais longa”, observa Alciati.

Dicas para abrir e manter um negócio saudável e promissor

A criação de uma empresa, segundo o Sebrae, passa por alguns estágios fundamentais. Além de um perfil empreendedor, o candidato a empresário precisa dedicar tempo e esforço para conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios.

 Depois de abrir a firma, o empreendedor deve observar algumas dicas para a sobrevivência da sua firma. A primeira é planejar sempre. Não é porque o negócio saiu do plano das ideias que a necessidade de previsão acabou. Pelo contrário, ela aumenta.

 Daí, a importância para o principiante de sempre respeitar sua capacidade financeira e jamais, em hipótese alguma, misturar as finanças da companhia com as suas pessoais.

 Observar atentamente a concorrência e controlar cuidadosamente o seu estoque são medidas eternamente válidas. Marketing não se resume a anúncio, é preciso investir em outras estratégias. Inovar é preciso, mesmo que o seu seja um produto ou serviço de sucesso. Não pare no tempo, invista na sua formação como gestor e seja fiel aos seus valores e ao do seu negócio.      




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