Integrante do diretório estadual do PMDB, o dirigente do partido em Santo André, Nilson Bonome, sustentou que falta apenas uma reunião entre o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o vice-prefeito de São Bernardo, Frank Aguiar (PTB), para selar a entrada do Cãozinho dos Teclados nas fileiras peemedebistas. O acordo está próximo de ser sacramentado, só que a incompatibilidade de agenda, segundo Bonome, tem adiado o acerto. “Não há nada atravancado.”

Bonome mencionou que, assim que houver resolução em Brasília quanto aos clamores populares, existirá desdobramentos efetivos na migração de Frank. “Creio que assim que acalmar a situação do País, o Temer vai se empenhar (pessoalmente) para resolver (e abonar a filiação)”, avaliou. O vice-prefeito pretende disputar o processo eleitoral de 2014 para deputado federal e quer desvincular sua imagem do governador Geraldo Alckmin (PSDB), cujo PTB é um dos principais aliados.

Temer fará viagem política ao Grande ABC, possivelmente em agosto. Recentemente, ele teve reunião com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para tratar sobre o acordo com Frank. Em contrapartida, o encontro com o vice foi cancelado por três ocasiões – a última tratativa se daria há oito dias. “Houve compromisso de última hora (por parte do petebista), o que prorrogou (a data).”

Frank reconheceu que as conversas com o PMDB estão adiantadas, porém salientou que não tem pressa para consolidar a mudança. “Tenho até outubro para consolidar isso. Estou conversando, mas com calma”, disse. O Cãozinho dos Teclados revelou que acompanha com lupa as discussões sobre plebiscito para realização da reforma política, que pode alterar o sistema de voto. “Temos que aguardar para ver se modifica alguma coisa. Isso pode influenciar o sistema de disputa eleitoral.”

Atualmente, o sistema é proporcional. A alteração pode ser para voto distrital puro ou misto, de acordo com mensagem encaminhada pela presidente Dilma Rousseff (PT) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sobre as perguntas da consulta popular. Filiando-se ao PMDB, Frank aposta em alcançar pelo menos 100 mil votos ao receber estrutura partidária – em 2010, sem apoio maciço, amealhou apenas 46.145 adesões, insuficientes para se eleger novamente.