Política Titulo Investigação
MP apura fraude de R$ 1 mi
na Previdência de Ribeirão

Auditoria contratada por Saulo apontou suposto
esquema de desvio de verba na folha de pagamento

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
30/06/2013 | 07:12
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Orlando Filho/01.01.2013/DGABC


O MP (Ministério Público) vai investigar suposto desvio de R$ 1 milhão nas contas do Imprerp (Instituto de Previdência Municipal de Ribeirão Pires) entre 2009 e 2012, quando o Paço era comandado por Clóvis Volpi (PTB). Auditoria externa contratada pelo governo Saulo Benevides (PMDB) apontou eventual esquema que adulterava valores da folha de pagamento da autarquia entre o fechamento do balanço mensal e a efetivação bancária do depósito dos vencimentos.

Apuração preliminar direcionou dois funcionários como mentores das alterações financeiras que teriam causado desfalque nos cofres públicos. Ambos foram afastados, houve abertura de procedimento administrativo e o caso encaminhado à Promotoria de Ribeirão na sexta-feira.

Segundo averiguação interna, os dois servidores manipulavam os números após colherem assinatura do então superintendente do Imprerp, Carlos Alberto da Silva. A planilha com gastos reais era apresentada ao comandante do instituto, que avalizava os valores. Antes de a quantia ser encaminhada ao banco para realização da transação financeira, os funcionários fraudavam os dados no sistema da autarquia.

Os valores (do desfalque) podem ser maiores

Saulo Benevides, prefeito de Ribeirão, sobre suposto desvio de recursos na gestão anterior

“Os valores (do desfalque) podem ser maiores”, revelou Saulo. “A auditoria ainda não terminou de apurar todo balanço financeiro da Prefeitura. Mas, pelo que recebemos até agora, é para deixar preocupado”, emendou, ao citar que ingressará com ação para reaver o dinheiro supostamente desviado.

Saulo evitou acusar Volpi, seu antecessor e adversário político, de ser conivente com o eventual esquema. Porém, afirmou que o petebista tem responsabilidade por não criar mecanismos de controle. “Como ele pode falar em competência de governo se durante mais de três anos não conseguiu descobrir que havia uma fraude desse tamanho?”, indagou o atual prefeito.

Volpi argumentou que o instituto é autônomo, com sistema de contabilidade e administração próprios, isentando-se de culpa. “É tudo individualizado. Quem responde judicialmente, se for o caso de dolo, é o superintendente ou o conselho fiscal. O prefeito não possui vínculo. Não é da competência do prefeito, que trabalha com os relatórios emitidos.”

O ex-prefeito sustentou que, se houve alguma falha de sua parte, foi somente na escolha do superintendente. “Não posso negar que a indicação foi minha. No entanto, o Carlos pegou o Imprerp falido em 2005 e deixou com R$ 24 milhões”, disse, ao acrescentar que os balancetes passam por fiscalização no Ministério da Previdência e no TCE (Tribunal de Contas do Estado).

OUTROS PROBLEMAS

Quando assumiu o Paço, Saulo alegou ter encontrado dívida de R$ 7,4 milhões no Imprerp. O passivo era referente à ausência de contribuição patronal de agosto a dezembro do ano passado, incluindo 13º salário.

Na sexta-feira, a Câmara aprovou projeto que exclui o cargo de gerente financeiro e criou três funções: superintendente adjunto, diretor administrativo e assessor financeiro.




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