Quem planeja ter dois filhos deve saber que o orçamento vai apertar. O gasto médio acumulado para criar as duas crianças até que cada uma complete 18 anos é de R$ 1,2 milhão.

O cálculo já considera que o segundo filho custará 7,51% a menos do que o primogênito. Esta é a conclusão do Invent (Instituto Nacional de Vendas e Trading Marketing). A empresa realizou estudo que estima os gastos para criar dois filhos. Para isso, considerou famílias com renda média mensal entre R$ 6 mil e R$ 25 mil.

A pesquisa dividiu os gastos, ano a ano, em sete grandes grupos. São eles os das despesas em casa, com educação, lazer e entretenimento, reserva financeira, saúde, tendências e vestuário.

DENTRO DE CASA - Dentro do lar, no primeiro ano das duas crianças, os pais desembolsarão R$ 34,6 mil. Esse gasto considera R$ 4,8 mil para a alimentação de ambos, R$ 28,8 mil para babás e empregadas domésticas, e mais R$ 1.000 com energia, telefone e TV a cabo. No quinto ano, o valor sobe para R$ 38 mil, por ano, já que as despesas em casa com alimentação e eletricidade devem aumentar.

O montante sobe, gradativamente, até o 18º ano, quando os pais desembolsarão, na somatória dos 12 meses, R$ 18,2 mil com os gastos em casa. Acumulando os 18 anos, os gastos dentro da residência atingirão R$ 408,6 mil.

ENSINO – Educar os dois filhos é a parte mais difícil considerando as despesas. Durante os 18 anos, a família desembolsará R$ 461,6 mil para isso.

O montante está baseado nas mensalidades escolares, nos materiais, nos gastos com transportes para as instituições de ensino, na alimentação no local e nos cursos complementares.

Para ter noção, segundo a presidente da AESP (Associação das Escolas Particulares do ABC), Valdinéia Cavalaro, os valores médios das mensalidades na região vão de R$ 750, para a Educação Infantil, até R$ 1.200, para o Ensino Médio.

A educação financeira também é considerada, com gastos para as mesadas desde os dez anos. Os valores mensais sobem de R$ 100 por mês para cada um até R$ 400.

“É uma prática saudável”, afirmou o educador financeiro Álvaro Modernell sobre introduzir o pagamento da mesada cedo. Para ele, a idade ideal para iniciar a prática é aos sete anos. “E o mais importante é que a mesada seja adequada ao orçamento da família. Não há um valor correto”, orientou.

Entram na lista de despesas os custos para ambos os filhos com academia, clube, cinemas, teatros, shows, brinquedos, aparelhos de informática, telefonia e novos equipamentos tecnológicos, festas de aniversário, viagens, passeios, saúde dos filhos, vestuários e uma reserva financeira em fundos de investimentos para garantir o começo da maioridade deles.