Esportes Titulo Copa das Confederações
Confiança espanhola é principal obstáculo

Júlio César lembrou da boa fase da Fúria,
que detém recorde de 29 jogos sem perder

Thiago Silva
28/06/2013 | 07:20
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Na última entrevista da Seleção Brasileira em Belo Horizonte, o goleiro Júlio César e o meia Bernard, escolhidos para conversar com a imprensa, não sabiam quem seria o adversário da final da Copa das Confederações, mas já previam confronto diante da Espanha, talvez o mais aguardado dos últimos tempos.

A geração atual da equipe europeia ainda não encarou o time verde e amarelo. Aliás, faz tempo que as equipes não se enfrentam. A última vez foi em 1999, na cidade de Vigo, em amistoso que terminou empatado sem gols. O Brasil até tem mais vitórias que a Fúria, quatro contra duas, além de dois empates. As duas seleções, inclusive, se enfrentaram no Maracanã, na Copa do Mundo de 1950, com goleada brasileira por 6 a 1.

Atualmente, a situação mudou. A Espanha conquistou as duas últimas Eurocopas e o Mundial de 2010, além de manter invencibilidade de 29 partidas – recorde mundial –, desde o primeiro jogo na competição sul-africana, há três anos.

A boa fase interminável da Fúria será o grande problema o Brasil, na opinião do goleiro Júlio César. “O ponto forte deles é a confiança. Estão há algum tempo atuando juntos e com personalidade muito forte. Todos os jogadores mudando de posição a toda hora. Eles não ficam fixos em campo. Assim, fica muito complicado de marcar”, destacou o arqueiro.

Já o meia Bernard foi econômico nas palavras. “Eles (espanhóis) realmente têm futebol indiscutível, mas nosso grupo está bem preparado para um jogo como este. Nosso objetivo é buscar o título”, frisou o jogador.

Goleiro admite provocação a Forlán em pênalti defendido.

Depois da vitória (2 a 1) do Brasil o Uruguai, quarta-feira, no Mineirão, o goleiro Júlio César não quis falar muito sobre o pênalti defendido na cobrança de Diego Forlán, ainda no início da partida. Porém, ontem, revelou que provocou o atacante da Celeste, com o objetivo de desconcentrar o rival. Ambos atuaram juntos por um ano na Inter de Milão.

“Brinquei com ele. Disse que bate forte e no meio do gol. Ele riu e acabou se entregando. Acho que tirei uma possibilidade dele, apesar de não saber se iria mandar realmente ali (no meio do gol). Mas foi mais para desequilibrá-lo”, admitiu o jogador.

Júlio César falou da sensação da defesa. Segundo ele, parecia ser o Neymar ou Fred quando fazem um gol. “É o auge para o goleiro. Os jogadores estavam com caras tristes. O Mineirão, calado. E quando pega pênalti, a torcida explode, os jogadores vêm te abraçar e renova toda energia”, frisou.

O arqueiro até havia dito que teria vontade de defender penalidade já na partida contra a Itália, fato que aconteceu uma partida depois.

“Realmente falei e coincidiu que acontecesse no confronto com o Uruguai. Mas está bom assim (não quer mais pênaltis), porque caso contrário minha mãe morre do coração”, alegou. “Foi bacana, um pênalti importante e estava precisando disso. Porém, o mais importante foi a classificação para a final”, disse o atleta.

Escolhido o melhor jogador da partida, Júlio ressaltou que a defesa contribuiu muito para receber o prêmio, mas ele acha que não deveria ganhar sozinho.

“Acho que cortaria metade do troféu e daria ao Paulinho (autor do gol da vitória). Ele está fazendo excelente trabalho. Espero que conquiste o prêmio na final porque ele merece. Temos meio campo artilheiro, é incrível a presença dele no ataque”, elogiou o jogador. “Mas não vou cortar (o troféu) porque ficaria muito feio”, brincou.

Sobre a decisão, o arqueiro destacou o prazer de voltar ao Maracanã, onde jogou por muitas vezes com o Flamengo. Ele já atuou no novo estádio, em amistoso com a Inglaterra, mas reconheceu que agora tem sabor diferente.

“O Maracanã foi onde tudo começou, voltar a jogar lá será emocionante. Agora é final e passa um filme na cabeça”, disse o jogador. “Minha estreia (no estádio) foi em 1997, pelo Flamengo contra o Fluminense. Espero que na minha primeira decisão com a Seleção possa levar lembranças maravilhosas”, completou.

MUNDIAL

Em relação à Copa de 2014, o goleiro reconheceu que os atletas que estão na Copa das Confederações têm ligeira vantagem sobre quem não está no grupo.

“Isso quem decide é a comissão técnica, mas claro que quem está aqui fica à frente porque o treinador já conhece o trabalho. Mas ainda temos um ano até lá.”.

 

Vaga de primeiro suplente fica acirrada

Um dos destaques da partida de quarta-feira, o meia Bernard parece ter caído nas graças do técnico Luiz Felipe Scolari, que elogiou bastante o atleta, apesar de jogar poucos minutos no segundo tempo contra o Uruguai. No entanto, parece que foram suficientes para o jogador ficar à frente por briga interna.

Ele disputa com Lucas a vaga de quem vai entrar no decorrer das partidas, o 12º jogador de Scolari. Nos primeiros confrontos, o ex-meia do São Paulo e hoje no PSG levou vantagem e chegou a ter seu nome gritado várias vezes pela torcida. Mas, depois do jogo contra o Uruguai, Bernard tomou a dianteira.

O atleta, porém, foi político e minimizou a briga com Lucas pela vaga. “É disputa sadia, aliás, não vamos dizer disputa, mas busca de espaço, tanto minha quanto dele, e também dos outros companheiros. Ele (técnico Luiz Felipe Scolari) me colocou é porque achou que eu poderia mostrar, então, isso (a escolha) é natural”, disse Bernard.

Segundo o meia, todos os atletas estão preparados caso forem chamados pelo treinador. “Todos que estão aqui são confiáveis. Algumas vezes (o treinador) precisa e os atletas têm de estar sempre preparados, porque nunca sabemos a escolha do técnico”, disse.

O jogador do Galo assegurou que não tem problema em ficar pouco tempo, mas apenas se preocupa em ajudar à Seleção. “Tenho de continuar trabalhando. Mesmo se jogar poucos minutos, darei o meu melhor. Nada de inventar muito ou cometer erros bobos”, explicou.

Inclusive, Bernard assegurou que está pronto para final de domingo no Maracanã. “Joguei lá contra a Inglaterra (amistoso), mas é momento diferente agora, uma decisão, vai ser muito importante. E não apenas por ser no Maracanã, mas por ser uma competição de peso. Temos um jogo para tentar fazer história, é o sonho de todo mundo acabar a Copa das Confederações no topo”, frisou.

 

 

Delegação chega ao Rio sob forte esquema de segurança

Sob forte esquema de segurança, a Seleção Brasileira chegou ao Rio de Janeiro na tarde de ontem. A delegação desembarcou por volta das 16h e, cerca de 50 minutos depois, entrou no Hotel Sheraton em São Conrado, Zona Sul da cidade, onde ficará concentrada até a final de domingo, às 19h, no Estádio do Maracanã.

Na chegada ao hotel, jogadores e comissão técnica desceram do ônibus em menos de cinco minutos, sem falar com a imprensa. O auxiliar técnico Flávio Murtosa foi o primeiro a descer, seguido pelo coordenador Carlos Alberto Parreira e o treinador Luiz Felipe Scolari. Depois de toda comissão técnica, vieram os jogadores, muitos com fones de ouvido.

O goleiro Jefferson puxou a fila, seguido por Jadson, Fernando e Diego Cavalieri. O lateral-esquerdo Marcelo chamou a atenção com uma espécie de arco contendo a cabeleira. O atacante Neymar foi o primeiro a sorrir e fazer sinal de positivo para fotógrafos e cinegrafistas – além dele, só o goleiro Júlio César, o último a deixar o ônibus.

Pouco antes de os jogadores chegarem, policiais federais com cães farejadores deixaram o hotel. O ônibus chegou escoltado por sete motocicletas e duas viaturas, além de carros oficiais da Fifa.

Hoje, Felipão comanda treino no Estádio São Januário, em São Cristóvão. Amanhã, a Seleção vai fazer o reconhecimento do gramado do Maracanã. (Da AE)




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