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Renegociação de
dívidas pressiona
custo do crédito

Taxas de juros às famílias têm redução mesmo com os aumentos da Selic desde março

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
27/06/2013 | 07:20
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Divulgação


As taxas de juros dos empréstimos estão menores. Em maio, os bancos reduziram os seus preços. E isso ocorre mesmo em cenário de Selic em escalada, o que estimularia aumento no custo do crédito para os consumidores.

Mas um cenário de renegociação e substituição de dívidas pode estar diminuindo. Principalmente pelas contratações de crédito consignado, que apresentam baixo risco aos bancos.

O BC (Banco Central) publicou nesta semana que, em maio, o custo médio dos empréstimos para as famílias caiu de 34,4% ao ano para 34,2%. Foi a terceira queda mensal consecutiva.

Mas a taxa básica de juros, a Selic, subiu duas vezes desde março. E ela é o norte para o custo do crédito no País. E mesmo assim, os bancos diminuíram os seus preços.
O BC aponta que o spread bancário caiu de 25,5% para 25,2% em maio. É o menor patamar de 2012 e 2013.

O spread é a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e o preço que eles vendem esses recursos. E quando ele diminui, é por decisão das instituições financeiras. Portanto, mais uma prova de que a Selic não influenciou no cenário que está se formando.

Para o professor de Finanças do Insper Otto Nogami, que também é sócio da Nogami Participações, o alto endividamento das famílias é o começo de tudo. Segundo o BC, a dívida média dos brasileiros, em abril, atingia 30,47% dos 12 últimos salários, sem contar o crédito habitacional. Considerando o financiamento da casa própria, o percentual está em 44,23, recorde histórico, segundo o BC.

Portanto, os consumidores estão buscando empréstimos mais baratos para pagar suas dívidas atuais, avalia Nogami. E uma das saídas para isso é o consignado, que é descontado em folha de pagamento e tem uma das menores taxas de juros do mercado.

Essa modalidade é a primeira paga pelo devedor, liquidada automaticamente quando o salário ou o benefício entra na conta-corrente. O risco de calote aos bancos é mínimo, portanto as instituições cobram menos pelas contratações.

Essa busca dos consumidores por crédito mais baratos para substituir outros mais caros gera uma redução da procura por outras modalidades. “É um problema de demanda e oferta. A demanda (por outros empréstimos) diminui e os bancos reduzem juros para tentar atrair mais”, avaliou Nogami.
 




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