Economia Titulo Mercado de trabalho
Índice de desemprego na região segue em alta

Taxa em maio foi de 10,6%, 0,4 ponto a mais que
em abril; há 149 mil desocupados nas sete cidades

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
27/06/2013 | 07:05
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Divulgação


A situação do mercado de trabalho na região começa a patinar. O índice de desemprego mostra, mês a mês, gradual expansão. Em maio, chegou a 10,6% – esse é o percentual de pessoas sem ocupação em relação à PEA (População Economicamente Ativa), ou seja, dos que estão empregados ou em busca de colocação. Há hoje 149 mil desempregados nos sete municípios.

Embora se iguale à melhor taxa para esse mês – em 2011 também foi 10,6% –, da série histórica (iniciada em 1998), significa acréscimo de 0,4 ponto ante abril. Em fevereiro era 9,5%.

A piora do indicador, que consta da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) feita pela Fundação Seade e pelo Dieese e divulgada ontem, reflete, entre outros fatores, os cortes de vagas na indústria. O setor eliminou 11 mil postos de trabalho de um mês para o outro. Na comparação com maio de 2012, por sua vez, já há o enxugamento de 39 mil empregos nas fabricantes.

Mesmo com a retração das vagas na indústria, o número de pessoas ocupadas cresceu. O levantamento, que diferentemente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, é feito com entrevistas domiciliares junto aos moradores e não por informações passadas pelas empresas, mostrou que os serviços impulsionaram a ocupação. Essas atividades abriram 2.000 vagas no mês e, em um ano, já somam 53 mil postos a mais. O comércio também vem contratando. Em maio, gerou 13 mil empregos.

Apesar da ligeira melhora na ocupação (de 0,3% no mês, com 4.000 pessoas empregadas a mais que em abril), o que se percebe é uma desaceleração nesse ritmo de expansão, observa a economista do Dieese Ana Maria Belavenuto. Além disso, o contingente dos que ingressam no mercado em busca de emprego tem acelerado. Em maio, foram 27 mil a mais, alta de 0,7%.

Com isso, a taxa de participação, que é a proporção da PEA em relação à população em idade ativa (com mais de dez anos de idade), é a maior para esse mês desde 2005 (quando era 62,5%). Chegou agora a 62,4%. A expansão pode ser por causa da piora nas condições de vida, devido ao aumento do endividamento. Isso levaria mais gente a procurar emprego (jovens e donas de casa, por exemplo).


PERSPECTIVA

Apesar dos sinais de alerta, a economista do Dieese Ana Maria Belavenuto avalia que ainda há perspectivas favoráveis para o emprego neste ano. Ela lembra que o relatório Focus, do Banco Central, que reúne projeções de analistas financeiras, aponta expectativa de alta de 2,3% no PIB industrial (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma das riquezas produzidas pelas fabricantes no País) neste ano.

“Acredito que há uma relação positiva entre o crescimento do PIB e o mercado de trabalho”, afirma. Ana Maria prevê que a atividade industrial deve começar a reagir, embora com atraso, nos próximos meses.

E ela assinala ainda que outra pesquisa do Seade mostra reação dos investimentos das empresas nos últimos meses, o que deve apontar, em breve, aumento das contratações.  




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