O técnico Cesare Prandelli usa todos os artifícios possíveis nos dias que antecedem a semifinal da Copa das Confederações, contra a Espanha, amanhã, no Castelão, para surpreender. Ontem, ele comandou dois treinos e permitiu acesso da imprensa em apenas 30 minutos, onde pôde ver apenas o time aquecendo.

Os únicos privilegiados foram operários de uma obra vizinha. Do quarto andar de um prédio em construção, eles tinham visão privilegiada do Estádio Presidente Vargas, local escolhido pela Itália para fazer os treinamentos. O que viram, porém, ficará apenas na memória, mas não servirá de munição para a Espanha, o grande receio de Prandelli.

Do tempo em que a atividade foi aberta, foi possível perceber que o experiente meia Pirlo, a grande estrela do grupo, já que Balotelli foi cortado e retornou à Itália, treinou ao lado dos companheiros e deve ser confirmado no time titular. O jogador de 34 anos vinha se recuperando de contratura na panturrilha direita, que inclusive o tirou do duelo contra o Brasil, no sábado.

O restante do time permanece incerto. O que se sabe é que Prandelli terá o retorno do volante De Rossi, que cumpriu suspensão contra o Brasil, e também do meia Montolivo, recuperado de trauma na cabeça.

O experiente Gilardino é o mais cotado para assumir a vaga deixada por Balotelli. A outra mudança pode ser no esquema tático, com a entrada de Bonucci, fazendo a função de terceiro zagueiro, no lugar de um dos meias.

A definição dos titulares será feita hoje à tarde, quando a Itália faz o primeiro e único treino no Castelão, local da partida contra os espanhóis.

A ausência de Balotelli fez com que os cearenses se afastassem do Marina Park, hotel onde a Itália está hospedada. Ao contrário de segunda-feira, ontem poucos torcedores foram ao local para tentar aproximação com os atletas. O único que parou foi o goleiro Buffon.

Marchisio espera Espanha cansada após farra

O meia italiano Claudio Marchisio usou o bom humor para responder às perguntas sobre até que ponto interfere a escapada dos espanhóis, que teriam levado mulheres para o quarto na madrugada de segunda-feira (leia na página 5).

“Bom, não sei muito bem como podemos usar isso a nosso favor no jogo, mas espero que os espanhóis tenham cansado bastante com a brincadeira”, satirizou o jogador.

Depois, com tom mais sério, o jogador avaliou as possibilidades italianas na semifinal de amanhã. “A Espanha tem o melhor time do mundo. Isso não tem como negar. Mas não podemos ter medo, receio de enfrentá-los. Sabemos que temos condições de jogar de igual para igual e sair de campo com a vaga para a final”, projetou o jogador, único italiano a falar ontem.

Reencontrar o Brasil na final, aliás, é o sonho de Marchisio. “Foi inesquecível jogar contra os brasileiros na Copa das Confederações. Seria muito bom se acontecesse novamente”, ressaltou o meia.

Marchisio só perdeu o bom humor quando o assunto foi o forte calor cearense. “Aqui em Fortaleza é bem diferente do Rio de Janeiro, Salvador e Recife (onde já jogaram). O sol é mais forte e o tempo um pouco mais úmido também. Jogar no Brasil é como se fosse uma Eurocopa, cada sede tem um clima diferente e vamos ter que nos acostumar com isso pensando na Copa do Mundo de 2014”, finalizou.