Os 850 trabalhadores da empresa de cosméticos Lipson, instalada em Diadema, pararam a produção. A categoria está em greve desde às 5h30 de ontem, quando o primeiro turno chegava ao trabalho e participou de uma assembleia junto ao Sindicato dos Químicos do ABC. A mobilização é em protesto à cobrança integral do valor do convênio médico. A classe trabalhadora reivindica que a empresa pague, pelo menos, 50% da despesa.

 Na tarde de ontem, a Lipson se reuniu com o sindicato da categoria para fazer uma proposta: transferir o valor referente aos 50% do plano de saúde para o tíquete alimentação. Ou seja, como cada funcionário paga cerca de R$ 78 para ter direito ao convênio, a empresa depositaria R$ 39 ao vale, somando R$ 115 (atuais R$ 76).

 “A base rejeitou a proposta. Isso porque a empresa depositaria metade do custo com o plano de saúde apenas do titular, não repassando esse benefício aos dependentes. A classe trabalhadora continuaria arcando com as despesas integrais de seus filhos, marido ou mulher”, explica José Evandro Alves da Silva, diretor do sindicato e coordenador da regional de Diadema.

 Ele conta que hoje será realizada outra assembleia, às 5h30, para decidir os próximos passos do movimento. “Esperamos que a companhia apresente nova proposta, que vá ao encontro dos interesses da classe trabalhadora. Até lá, a paralisação continua.” Segundo ele, dos 850 colaboradores, 90% são mulheres.

 A equipe do Diário entrou em contato com a empresa, por telefone, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

 Vale lembrar que a data base da categoria é em 1º de novembro.

RAIO X

 A Lipson fabrica produtos do setor de cosméticos nas formas de creme e loções, maquilagem, higiene e fragrâncias. A capacidade das 18 linhas de produção chega a 8 milhões de unidades por mês.