A burocracia na concessão de benefícios foi o principal problema verificado pela equipe do Diário no posto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em São Caetano. A maior reclamação dos usuários não é em relação à demora no atendimento na agência, mas sim contra o tempo que leva para sair o benefício. Um segurado, que não quis se identificar, disse que há cerca de um mês entrou com pedido de aposentadoria por idade, mas após 30 dias de espera ainda não tinha conseguido o benefício. No dia em que a reportagem foi ao posto do INSS são-caetanense o segurado estava lá tentando obter mais informações e, como ainda não havia resposta, procurou ajuda de advogados que atuam próximo ao órgão. “Parece que é questão de sorte, para saber se sai mais rápido ou não. Já estou esperando há mais de um mês e nada. O atendimento na agência está sendo melhor do que eu esperava, mas a demora irrita.”

 Outro segurado que também preferiu não se identificar estava decidido a contratar os serviços de advogados previdenciários para conseguir a aposentadoria por idade de forma mais rápida. Especialistas, porém, alertam que a contratação de advogado não garante agilidade no benefício. Apesar de ser a primeira vez que ele estava indo ao local, os amigos o alertaram que o processo poderia ser longo. “Eu sei que demora, porque alguns conhecidos meus já solicitaram e isso durou meses até sair. Vou me orientar com um advogado para tentar evitar isso.”

OUTRO LADO

 O órgão, no entanto, rebate as acusações. De acordo com o INSS, o tempo médio para o retorno da concessão do benefício na agência é de 19 dias. O prazo leva em consideração os dados de maio do órgão.

 Outra situação que chamou a atenção da reportagem no posto de São Caetano foi que apenas cinco dos 14 guichês estavam em funcionamento. Mesmo assim, o tempo médio para atendimento era rápido e considerado bom pelos usuários. Diferentemente do que ocorre em outros postos da região, como o de São Bernardo e Santo André, onde há muita reclamação do atendimento e do tempo de espera, conforme apurou a equipe do Diário.

 O fato de nem todos os guichês estarem em funcionamento, disse o INSS, não significa que os funcionários não sejam suficientes, já que esse número varia de acordo com a demanda de cada região. E afirmou que vai verificar se há falta de servidores e se todos os usuários estão sendo diariamente atendidos.

 A reportagem constatou ainda que nos banheiros, apesar de estarem limpos e conservados, faltavam assentos nos vasos sanitários. O órgão afirmou que apesar de serem instalados, objetos como espelhos e assentos são alvos frequentes de vandalismo. Faltava também sabonete e o INSS disse que são repostos, porém há ocorrência frequente de furtos de itens de higiene. Em relação à acessibilidade, os pontos negativos ficam para a falta de bebedouro sem altura para os usuários de cadeira de rodas. “Os funcionários oferecem copos descartáveis para deficientes e pessoas com necessidades especiais.” Também não havia cadeiras de rodas em locais visíveis. Ao que o órgão respondeu que estão na parte interna da agência.

POSITIVO

 O atendimento mais rápido e a boa infraestrutura são os principais pontos positivos encontrados na unidade são-caetanense. A triagem funcionava com uma fila pequena, com espera de no máximo dez minutos. No caso de informações sobre benefícios ou dúvidas, o próprio funcionário dessa mesma fila já orientava os usuários sobre como proceder. E explicavam que, neste caso, o agendamento pelo telefone diminuía o tempo da espera.