Política Titulo Investigação
Gaeco diz não ter provas no caso ‘mensalinho’

Vídeo polêmico dos são-caetanenses Tite Campanella e Edgar Nóbrega estourou na eleição de outubro

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
24/06/2013 | 07:49
Compartilhar notícia


Promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime organizado) Núcleo ABC, Lafaiete Ramos Pires, responsável pela investigação do ‘mensalinho’ na Câmara de São Caetano, afirmou que ainda não tem provas substanciais sobre o caso. O escândalo estourou em agosto, em plena campanha eleitoral, com a divulgação de um vídeo de 2009 com suposta negociação para apoio parlamentar do ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) e o ex-vereador Edgar Nóbrega (PT).

O inquérito está em fase de conclusão, faltando apenas colher o depoimento de um agente público. De acordo com Pires, nenhuma das dez pessoas ouvidas até então trouxe informações com capacidade de avançar na apuração do caso. “Se a investigação encerrasse hoje, seria inconclusiva. Mas ainda falta ouvir uma pessoa, que pode ser iluminada e falar tudo, a gente nunca sabe”, comentou o promotor.

A hipótese de quebra do sigilo bancário para checar se houve movimentação financeira referente aos valores que teriam sido acertados no vídeo não foi cogitada. “Não encontrei nada que indicasse tomar essas medidas. Nenhum depoimento deu conta sobre uso ilícito de contas bancárias. Alguns deles colocaram esses dados à nossa disposição”, disse.

Para o promotor, a gravação de 17 minutos, notavelmente editada, que traz o diálogo em que Tite e Edgar selam uma parceria para desempenho de oposição branda pelo ‘mensalinho’ de R$ 10 mil, não pode ser considerado como prova de corrupção. “É preciso informações concretas, substanciais, mas por enquanto não encontrei”, reafirmou.

A promotora Cível Sorandy Aires Santos corre com outra investigação paralela à do Gaeco, que visa verificar se houve danos ao erário público e improbidades administrativas.

Na gravação, as bases do suposto ‘mensalinho’ também envolveram o nome dos vereadores do PTB Paulo Bottura e Gérsio Sartori (presidente da Câmara na época), como possíveis responsáveis pela transferência de recurso ao petista. Bottura chegou a dizer que fez empréstimos para auxiliar o “amigo” parlamentar.

Além do tema, Edgar teria solicitado R$ 100 mil para conquistar 600 votos e vencer a eleição interna do PT, o que de fato ocorreu. A frase dita pelo petista – “A pergunta básica que agente deveria fazer é: quanto custa ter o PT?” – foi considerada pela cúpula estadual do partido como inaceitável.

Quando a gravação foi divulgada, Edgar estava em campanha para prefeito de São Caetano. O PT o forçou a desistir da empreitada e o tirou do comando da sigla. Hoje, ele está afastado de todas as atividades partidárias aguardando o desfecho das investigações. Tite foi exonerado da secretaria.
A Corregedoria do Paço concluiu em investigação que a gravação não passou de um ato infantil e provocativo de Tite. A Câmara apenas seguiu a apuração da Prefeitura.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;