Vitória do povo, derrota dos partidos. Assim pode ser definida a conquista da redução nas tarifas de ônibus nas principais capitais do País e nos municípios do Grande ABC. O povo foi às ruas reivindicar a diminuição da cobrança a partir de movimento iniciado pelos jovens. Havia um hiato desde ‘os caras pintadas’ que pressionaram pelo impeachment, em 1992, do então presidente de República Fernando Collor de Mello. Muitos dos que começaram com os protestos, principalmente em São Paulo, sequer tinham nascido há 21 anos. Seus pais, ativistas das manifestações contra Collor, participam dos atos atuais, seja com presença nas ruas, seja os incentivando a sair de casa para brigar pela causa que consideram justa. Seus avós também estão lá. Todos motivados pelos seus próprios ideais e sentimentos. Não precisaram levantar bandeiras de partido. Aliás, as poucas erguidas foram reprovadas. É um movimento do povo, que às vezes parece estar à deriva, mas tem direção certa. Vai rumo a um Brasil melhor, mais justo. Não é demérito nenhum ser filiado a legendas políticas. Existem boas discussões dentro das siglas. Algumas trabalham a formação dos militantes e praticam ações sociais. Mas perdem a credibilidade por atos pessoais de alguns políticos que as usam para benefícios próprios. Os partidos vão continuar. Hoje são 30. E outros 30 estão na fila para serem criados. O povo vai continuar com sua ideologia, independentemente deles. É só saber usá-la para encurralar os governantes, que têm de trabalhar em prol da população.

Anos de Chumbo
O movimento Acorda ABC, projeto do Centro de Memória do Grande ABC, realiza hoje, às 19h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o encontro ‘A Caminho do 1º Cinquentenário do Golpe Militar de 64’. O evento será marcado por depoimentos de duas pessoas que combateram o regime ditatorial brasileiro. Olivier Negri, preso e torturado em Mauá, e Elias Stein, metalúrgico aposentado, que também sofreu nas mãos dos repressores.

Azedou
O PT de São Caetano promete protocolar ação no Ministério Público contra a concessionária das linhas de ônibus da cidade, a Vipe (Viação Padre Eustáquio). O motivo é que, passados 23 dias, a companhia ainda não respondeu aos requerimentos de informação feitos no Atende Fácil. A sigla pediu informações sobre planilha de custos, controle de catraca e dados dos valores recolhidos junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social). A empresa teve o contrato e a licitação, realizados em 2007, julgados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), motivo pelo qual a Prefeitura estuda promover novo certame.

PEC 37
O deputado federal William Dib (PSDB) afirma que votará contra a aprovação da PEC 37, que retira do Ministério Público a prerrogativa de investigação criminal. Esse tipo de apuração caberá somente às polícias Civil e Federal. “Acredito que o MP tem atuado de forma independente, em defesa da sociedade e por meio de sua autonomia tem assegurado a denúncia e punição dos envolvidos em casos de desvios de verba, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e de violação dos direitos humanos, sem esquecer-se das ações praticadas pelo crime organizado, inclusive na área da Saúde”, salienta o tucano. A presidência da Câmara dos Deputados anunciou ontem o adiamento da votação da proposta, que seria quarta-feira. Reunião entre lideranças definirá nova data para apreciação do plenário. Não há consenso sobre a matéria. Uns dizem ser a PEC da Impunidade, outros a PEC da Dignidade.