Política Titulo Buraco nas contas
Paço reclama de aumento do rombo com redução da tarifa

Secretário de Gabinete diz que custo de R$ 10,6 mi afetará de modo direto no deficit

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/06/2013 | 07:06
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Em Santo André, o governo Carlos Grana (PT), por meio do secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), resmungou ontem sobre o futuro aumento do rombo financeiro poucas horas depois da decisão política de baixar a tarifa dos ônibus de R$ 3,30 para R$ 3. No começo do mandato do petista, o secretariado anunciou deficit de R$ 117,3 milhões, deixado pela gestão Aidan Ravin (PTB). Com a redução da tarifa, a ser absorvida pelos cofres municipais, a informação extraoficial era de que a quantia pode alcançar R$ 140 milhões.

A Prefeitura, entretanto, quando questionada ontem à tarde, não comentou os números . Tiago alegou que o levantamento preliminar do Paço aponta que a diminuição do preço da passagem implicará em custo adicional de R$ 10,6 milhões aos cofres públicos. A implantação do Bilhete Único, com subsídio de R$ 1 milhão ao mês – R$ 6 milhões apenas neste ano –, também pesará para engrossar o buraco nas contas da administração.

Segundo o secretário, essa iniciativa resultará em adiamento de obras que estavam previstas para início no segundo semestre. O petista considerou que a gestão ficará obrigada a cortar gastos de outros setores e remanejar verba de Pastas. “Temos muita demanda e algum lugar terá de pagar essa conta. É certo que vai ampliar o rombo. Por isso, coisas (ações) programadas precisarão ser repassadas para o ano seguinte”, disse Tiago, ao completar que “ninguém faz mágica”. “Tudo tem reflexo.”

Apesar do novo cenário, o secretário não adiantou quais intervenções ficariam, a princípio, paralisadas. “Evidentemente que há implicações, mas vamos tentar dar conta do cronograma do plano de governo”, sustentou Tiago. O secretariado de Grana se reunirá nos dias 4 e 5 de julho para tratar do planejamento estratégico. Dentro desse encontro, o primeiro escalão colocará as prioridades ao prefeito, que deve reavaliar os investimentos estipulados para realização ainda neste ano.

“Vamos discutir internamente o que será feito e buscar a adequação do Orçamento às novas despesas. A certeza que fica é que o cobertor é curto”, justificou o secretário, referindo-se ao saldo negativo da redução na tarifa em relação ao rombo. O titular de Administração e Modernização, Antonio Leite (PT), já havia declarado anteriormente que não seria possível ao atual governo quitar a dívida herdada pela gestão anterior, ficando parte significativa dos valores para 2014.
 




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