Prefeito de S.Caetano tem citado dívida deixada pelo petebista, que rebate em tom elevado
O ex-chefe do Executivo de São Caetano e atual secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), classificou a postura do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) de arcaica e contraditória. O petebista se refere ao discurso do peemedebista, que durante seus pouco mais de cinco meses de gestão ainda cita, para justificar os problemas da Prefeitura, a dívida de R$ 264,5 milhões herdada da administração passada.
“É claramente um modo anacrônico de fazer política, um método arcaico de transferir as responsabilidades. É uma congruência antiga. Ele reclama de uma dívida que ele não pagou e mesmo assim está com dificuldades financeiras. Não faz sentido. Fico chateado porque é o prefeito da nossa cidade, torço para ele acertar. É lamentável que depois de seis meses mantenha a mesma desculpa. E para o ano que vem, o que ele vai dizer?”, indagou Auricchio.
A última vez que Pinheiro discorreu sobre os débitos foi em entrevista publicada pelo Diário na segunda-feira. A discussão sobre a dívida pública tem confrontado as versões desde janeiro. Auricchio alega ter deixado R$ 108 milhões de restos a pagar. Pinheiro afirma ser R$ 264,5 milhões o total. Até agora, cerca de R$ 80 milhões foram renegociados com fornecedores e parcelados, segundo a administração.
O petebista também avaliou declaração de Pinheiro referente a ações de governo, como a constatação de que sobra recurso no Orçamento de R$ 295 milhões da Educação. “Mostra total desconhecimento sobre o Fundeb (Fundo Nacional para Desenvolvimento da Educação Básica). Estamos em junho e os uniformes escolares ainda não foram entregues. Não está sobrando verba? A falta de planejamento fica evidente”, diz Auricchio.
Com base na conduta do secretariado, que tem batido cabeça no diálogo interno, o petebista afirmou que falta comando. “O cargo de prefeito municipal é único e intransferível. As decisões estão sendo tomadas por um colegiado de três ou quatro pessoas, sem comando, isso perde qualidade. Posso dizer que São Caetano já perdeu um ano no que diz respeito a desenvolvimento em busca de qualidade de vida e progresso. Esse governo parece mais o samba do crioulo doido.”
Auricchio ironizou a fala de Pinheiro de que o Orçamento deste ano está superestimado e que deve fechar o ano abaixo de R$ 900 milhões, ante a previsão de R$ 1,035 bilhão. “A arrecadação está aquém do esperado e todos os prefeitos do Brasil estão passando por isso. Todos os técnicos que produziram esse Orçamento estão hoje no primeiro escalão da Prefeitura. A peça orçamentária foi aprovada pela Câmara e sem emendas, ele mesmo votou a favor. Agora precisa assumir a paternidade. Eu ainda deixei margem de 100% para remanejamento de verbas, coisa que ele tinha medo que eu tirasse”, argumentou.
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