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Eterna lua de mel em Jeju
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
12/07/2012 | 07:17
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O clima subtropical é parecido com o do Havaí, mas a localização é bem diferente. Perdida nas águas do Estreito da Coreia, a Ilha de Jeju é reduto de coreanos em lua de mel. Muitos casais se refugiam ali para curtir momentos a dois em meio a 15 praias e 21 campos de golfe.

Só essas atrações já deixam claro que o lazer é a principal vocação da menor província da Coreia do Sul e maior ilha do país, com 1.846 km². Mas seus atrativos não se restringem a tacadas e juras de amor à beira-mar. A natureza também impera exuberante nesta ilha vulcânica, formada a 1,2 milhão de anos. A começar pela impressionante vista do Monte do Sol Nascente no alto de uma montanha com dezenas de degraus que exigem certo fôlego para alcançar o topo.

O cenário, deslumbrante, é desbancado por outro tesouro natural da ilha: o complexo sistema de tubos de lava que originaram 120 cavernas subterrâneas e conferiram a Jeju o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Trata-se de longos canais por onde outrora fluiu o magma vindo das profundezas da Terra em direção à superfície. Como a última erupção na ilha ocorreu há mais de 800 anos, a rocha esfriou, transformando esses canais subterrâneos em longos labirintos de cavernas. 

Além do valor científico destes tubos, suas passagens servem de residência para várias espécies da fauna asiática. Fósseis de animais e conchas já foram descobertos ali, e metade das plantas vasculares sul-coreanas cresce naturalmente na ilha, enquanto que outras 200 espécies de plantas indígenas típicas do país foram transportadas até lá - a exemplo das polares, que se adaptaram ao ambiente do pico de Jeju.

Mesmo assim, estima-se que 50% das plantas correm risco de extinção. Exceção feita às mexeriqueiras, que esbanjam frutos em toda parte. Além de comer mexericas in natura, os nativos costumam fazer compotas, coquetéis e até bombons recheados com creme de tangerina.

O solo de Jeju também é considerado o melhor do mundo para o cultivo do chá verde. Sem falar que o sorvete à base da erva é uma delícia. Ainda mais se você prová-lo tendo como pano de fundo o vulcão adormecido Halla-San, maior montanha da Coreia do Sul, a 1.950 metros do nível do mar.

A atividade vulcânica em Jeju começou no período cretáceo e terminou no terciário. Baengnokdam - a cratera, com lago de águas cristalinas, no pico do Halla-san - formou-se há cerca de 25 mil anos. Florestas e cachoeiras completam o romântico cenário.

E se você pensa que essa ilha longínqua não tem nada em comum com o Brasil, aí vai uma curiosidade: Jeju é o local antípoda do município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul. Isso significa que se um gaúcho cavar um buraco, em linha reta, que passe pelo miolo da Terra, ele chegará em Jeju. Nada mal...




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