A avaliação do vereador são-bernardense Marcos Lula (PT) é de que os primeiros cinco meses no Legislativo foram de aprendizado. Quando eleito em outubro, o filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretendia adquirir conhecimento com os parlamentares mais experientes. Sua atuação não tem passado disso, por enquanto.

Ele argumenta que a cada dia aprende algo novo com os aliados e vai agregando esse conhecimento. “Tenho procurado colaborar, observando as necessidades da cidade”, disse o petista, sempre visado por ser da família do ex-chefe da Nação e eterna referência política para amigos e inimigos.

Tímido e de pouca articulação na Câmara, Marcos Lula não cultivou o hábito de utilizar a tribuna nos debates legislativos e tem pautado sua atuação pela aprovação dos projetos do governo Luiz Marinho (PT). Seu pai também começou assim, sem jogar palavras ao vento, antes de ser presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e, a partir daí, aprimorar a retórica e virar referência em discursos.

<CS10.2>Marcos é filho do primeiro casamento da ex-primeira-dama do Brasil Marisa Letícia, mas é reconhecido pelo ex-presidente. Ele evita comparações com o pai, principal nome do petismo, mas revelou que tem consultado ele sempre que pode. “Ele tem me falado sempre para estar atuando ao lado do prefeito (Luiz Marinho)”, disse. Assim como fez em 2008 para assegurar a vitória de Marinho no pleito majoritário, Lula se dedicou pessoalmente para eleger o filho em 2012, mesmo em tratamento contra um tumor na garganta.

Marcos conquistou 3.882 votos na segunda empreitada eleitoral. Ele já havia disputado a vereança em 2008, mas teve o registro impugnado pela Justiça Eleitoral, que considera inelegíveis parentes até segundo grau do presidente da República, naturais ou por adoção. Na ocasião, Lula exercia o segundo mandato presidencial.

Ainda se acostumando à rotina parlamentar, o vereador disse que não foi surpreendido pelo ritmo moroso do Legislativo. “Acompanhei meu pai quando foi deputado (federal constituinte por São Paulo entre 1986 e 1990) e o trabalho do (vereador petista) Zé Ferreira (na Câmara desde 1982). O Legislativo é um pouco mais travado mesmo, não tive surpresa negativa”, avaliou o parlamentar.

Marcos Lula ainda não apresentou nenhum projeto na Câmara, mas pretende levar à Casa proposta para São Bernardo ser reconhecida como estância turística. Para isso ele se apoia em projeto da deputada estadual Ana do Carmo (PT) que tramita na Assembleia Legislativa, redigido em parceria com a correligionária.

Disposto a otimizar sua atuação parlamentar, Marcos Lula disponibilizou há dois meses em seu site uma ficha de atendimento on-line para os munícipes enviarem sugestões e reivindicações para a região onde moram.
O petista comemora a marca de 60 solicitações no período. “É importante porque o pessoal não precisa ir até a Câmara para apresentar sua demanda.”