Se unir para pedir votos em uma empresa de outra cidade. Essa foi a estratégia dos candidatos a prefeito do PT Maria Inês Soares (Ribeirão Pires) e Claudinho da Geladeira (Rio Grande da Serra). Ontem pela manhã, eles visitaram a Mercedes- Benz, em São Bernardo. A montadora tem 12.800 empregados sendo que 228 - o que inclui prestadores de serviços - moram em Ribeirão Pires. Não há dados sobre quantos são residentes em Rio Grande.

O encontro, no entanto, não ficou só no discurso. Os 50 funcionários que estavam na reunião - feita dentro da sala do comitê de fábrica - foi marcada por indagações dos metalúrgicos, que inclusive demonstraram desconfiança. Claudinho, por exemplo, foi interrompido por um empregado, enquanto dizia que a bandeira de sua campanha é priorizar a Saúde. "Isso (discurso) é agora na época de eleição, porque depois todos esquecem." O petista tentou amenizar o tom da conversa. "Não, não é agora, eu tenho três mandatos participativos (de vereador), companheiro."

O tema que norteou a maioria das perguntas foi a Saúde. Questionada sobre propostas que permeiam sua campanha, a petista não mencionou nenhuma ação concreta. "O nosso projeto é: temos que defender o SUS (Sistema Único de Saúde), que na sua concepção e teoria é perfeito, para que funcione na prática. É só fazer funcionar do jeito que tem de ser, não tem nenhuma grande novidade", comentou Inês.

Claudinho, que também não citou propostas de melhorias no setor, criticou o desenvolvimento econômico de Rio Grande e disse que a cidade precisa de um plano diretor com planejamento para daqui a 20 anos. "Nunca vai ter comércio forte com geração de emprego na cidade porque o centro (de Rio Grande) passa a ser Ribeirão".

CRÍTICAS

Ontem, a postulante ao cargo executivo fez suas primeiras críticas ao governo atual. "O prefeito (Clóvis Volpi) coloca que o Orçamento cresceu por conta dele. Mas isso é uma grande covardia, porque todas as cidades cresceram, o prefeito pode fazer muito, mas nunca que seu trabalho seria suficiente para triplicar o Orçamento da cidade (em relação aos oito anos que a petista comandou a cidade) como ocorreu", falou Maria Inês.