Economia Titulo Internet
Entrevista: Google é
oportunidade para
pequeno negócio
Pedro Souza
09/06/2013 | 07:24
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Marina Brandão/DGABC


É essencial respeitar, entender e orquestrar as ferramentas que a internet oferece para tornar um negócio conhecido. Essa é a dica do principal executivo no Brasil da Google, empresa global com valor de mercado estimado em US$ 300 bilhões, Fábio Coelho. Como presidente da unidade brasileira da companhia de tecnologia, ele afirma que utilizar o maior site de busca do mundo para anunciar é interessante até para quem pretende atingir potenciais clientes regionais. Em entrevista ao Diário, o engenheiro, que já passou por empresas de vários setores como Gillette, PepsiCo, Citibank Brasil e iG, explicou os detalhes do sistema de anúncios da plataforma Google, na qual os interessados compram as palavras. Como o modelo é uma forma de leilão, os preços iniciam em centavos de real e o anunciante só pagará quando os internautas clicarem nos anúncios. Acompanhe abaixo a entrevista de Coelho.

DGABC – As micro e pequenas empresas encontrarão boa oportunidade para se tornarem conhecidas no site de busca Google?

FÁBIO COELHO – Na verdade é uma excelente forma de se tornar visível perante quem está buscando o produto ou o serviço que ela oferece.

DGABC – Quem elas atingem usando o Google?

FÁBIO – Elas atingem quem está interessado nos produtos dela.

DGABC – É possível direcionar os anúncios para potenciais clientes regionais?

FÁBIO – Sim.

DGABC – Como que funciona esse processo?

FÁBIO – Depende das palavras que você escolhe. Por exemplo, você compra palavras. Um exemplo bem específico é um encanador em Santo André. Ele compra a palavra encanador, também compra a expressão Santo André, e compra São Bernardo, se ele quiser trabalhar em São Bernardo. Assim, quando alguém no Google fizer uma busca de encanador em Santo André, ele vai aparecer. E vai aparecer com destaque. O grande macete é esse. A grande virtude do modelo do Google é que aquela pessoa determina a relevância, que associada com a busca específica, atenderá a sua necessidade.

DGABC – Esse encanador gastaria quanto para comprar uma palavra e ter destaque nas buscas?

FÁBIO – Muito pouco. Muito pouco porque é um sistema por leilão. Vai depender também da quantidade de pessoas que estão buscando as palavras. Também depende da quantidade de outros encanadores que estão dispostos a fazer uma aposta por aquilo. Pode custar R$ 0,05, R$ 0,10 ou R$ 0,20. E só se paga após os cliques.

DGABC – Então o preço também depende dos outros encanadores que compraram as palavras? Se 20 anunciarem, pode custar um pouco mais caro?

FÁBIO – Sim. Pode custar um pouco mais caro dependendo da sua necessidade do serviço. Mas é um leilão puro. Não é um preço fixo que você paga. E só paga se as pessoas clicarem no seu anúncio.

DGABC – Esse modelo se adequa também às pequenas empresas que buscam parcerias comerciais? É uma oportunidade?

FÁBIO – É superinteressante. A gente já tem 100 mil empresas do Brasil que participam do nosso modelo. Elas estão espalhadas pelo País inteiro e cada uma na sua área de atuação, buscando inclusive parcerias comerciais.

DGABC – Você comentou sobre a geração C, que é o público do momento, de jovens que consomem e criam conteúdo na internet. Todas as empresas devem ver com bons olhos esse grupo e direcionar anúncios na web para a geração C?

FÁBIO – Não. Depende do tipo de produto e serviço que você oferece. Sem dúvida é um grupo demográfico importante, mas não é o único. Isso depende do estilo de vida, do estágio de vida de cada um. A gente observa que a web, naturalmente, está intrínseca à uma geração que a utiliza mais, que é a geração nova. Mas hoje, ela já permeia todas as classes sociais e todas as idades.

DGABC – Uma pesquisa recente apontou que anúncios no Youtube (canal de vídeos da Google) são tão rentáveis quanto anúncios na televisão. Onde é mais interessante anunciar, no Youtube, no Google ou em redes sociais?

FÁBIO – Eu diria que depende do seu objetivo de comunicação. A pesquisa citada compara o Youtube com a televisão e diz que a propaganda no Youtube é tão, ou mais, eficiente quanto na televisão. Isso porque você tem um usuário mais engajado.

DGABC – Esse anúncio será direcionado ao público que tem mais interesse pelo produto ou serviço oferecido?

FÁBIO – É direcionado. Para ele (usuário), aquilo está sob controle do que ele quer assistir. Ele só assiste se quiser. Porque não é um modelo com break (intervalo comercial de TV em inglês) tradicional de propaganda, mas também não significa que deva ser só aquilo. Pelo contrário, eu acho que a pluralidade dos meios é que fazem com que as campanhas de comunicação sejam mais legais. As pessoas respeitarem todos os meios, entenderem as características de cada um e orquestrarem como utilizar tudo aquilo.

DGABC – O Fábio Coelho assiste às propagandas no Youtube ou clica em ‘pular’?

FÁBIO – Claro, o tempo todo. Assisto e adoro. A última que eu vi foi a da Fiat. Tem um monte de propagandas muito bonitas lá, e o brasileiro é muito criativo, ele faz propagandas maravilhosas.

Executivo diz que falta infraestrutura digital no País

  

 “Falta Educação, infraestrutura física e infraestrutura digital para o Brasil. Não somos uma potência, mas poderiamos ser. Devemos enfrentar esses desafios”, opinou o presidente da Google no Brasil, Fábio Coelho, durante sua palestra Transformação de Negócios com o Consumidor Hiper-Conectado, na Universidade Anhanguera UniABC, em Santo André.

 Como primeiro convidado a apresentar seu ponto de vista na Semana da Pós-Graduação Anhanguera Educacional, Coelho avaliou ainda que as companhias devem se digitalizar, mesmo com o desafio de estar em ambiente de falta de infraestrutura digital, para não ficarem para trás. “Menos da metade das 5 milhões de empresas brasileiras possuem uma página na internet.” 




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