Política Titulo Alto custo
Deputados usam verba
pública para se promover

Dib, Vicentinho, Siraque e Filippi priorizam cota
parlamentar na promoção do próprio mandato

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
02/06/2013 | 07:57
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DGABC


Os quatro deputados federais que representam o Grande ABC nesta legislatura (2011-2014) gastam a maior parte da cota parlamentar a que têm direito para divulgação do próprio mandato. Dos R$ 2.492.333,11 aplicados por William Dib (PSDB-São Bernardo), Vicentinho (PT-São Bernardo), Vanderlei Siraque (PT-Santo André) e José de Filippi Júnior (PT-Diadema), de janeiro de 2011 a abril deste ano, R$ 647.399,11 foram aplicados em assessoria de imprensa, produção de jornais e panfletos com seus nomes e fotos, gráficas e ações de comunicação na internet. O valor corresponde a 26% do total.

O valor da cota para congressistas de São Paulo é de R$ 31,3 mil mensais, que se acumulam se o teto não for atingido. Em média, o quarteto da região gasta R$ 25 mil por mês. Dib lidera o ranking local. Nos 28 meses de seu mandato, gastou R$ 729,1 mil, ou R$ 26 mil mensais. Vicentinho é quem menos usou os recursos, ainda que bem próximo dos colegas: R$ 674,9 mil no total, equivalentes a R$ 24,1 mil a cada 30 dias.

O tucano é recordista tanto na divulgação do mandato em números globais (R$ 240,8 mil desde o início da legislatura, ou R$ 8.600 mensais) quanto proporcionalmente em promover seu mandato. O montante utilizado para divulgação das iniciativas parlamentares é 33% do total.

Dib também destinou boa parte da verba em consultoria, pesquisa e trabalhos técnicos. Foram R$ 196,3 mil, sendo a maioria dos recursos para escritório de advocacia. O deputado não foi localizado para comentar o assunto.

Vicentinho vem na segunda posição regional em gastos para promover o mandato. Foram R$ 185,2 mil dos R$ 674,9 mil aplicados pelo petista: 27,4%. “Temos jornal mensal e também cuidamos do Twitter e do Facebook (com a verba). Divulgamos nosso trabalho porque temos diversas conquistas que a imprensa não divulga. Quando a gente faz algo de ruim, todo mundo vem pra cima e noticia, agora, quando fazemos algo de bom, ninguém fala e daí precisamos falar”, justifica o ex-sindicalista.

Curiosamente, o parlamentar mais experiente entre os quatro usou apenas R$ 150 em consultoria, em junho de 2011, mais especificamente em serviços de domínio de internet.

Filippi permaneceu na Câmara Federal por 25 meses – em janeiro assumiu a Secretaria de Saúde da Capital. Nesse período, investiu R$ 121,8 mil em promoção do mandato. Por meio da assessoria, o petista oriundo de Diadema alegou que teve votos em 98 cidades e o material de divulgação é necessário para garantir o acesso às suas iniciativas a todos os eleitores, principalmente com jornais informativos. O custo alto ocorreu, portanto, por conta da abrangência do mandato.

Nas contas de Filippi, destaque ainda para contratação de empresa de segurança patrimonial. Ele também foi o único a ultrapassar o limite de R$ 4.500 em combustíveis e lubrificantes em junho do ano passado. Neste caso, a Câmara só repassa o valor do teto. No mesmo mês, o parlamentar gastou R$ 6.640 com locação de veículo.
Siraque, que assumiu cadeira em outubro de 2012, foi o único que os recursos destinados à divulgação do mandato foram superados pelos custos para manter o escritório de apoio, fora de Brasília. Com aluguel de imóvel e papelaria, por exemplo, o petista andreense gastou R$ 117,9 mil. Já para divulgar suas ações foram R$ 99,6 mil.

“Acho que devemos chamar atenção para a contratação de consultorias. No meu caso, por exemplo, eu trabalho com setor plástico e químico e a maioria das consultorias eu consigo gratuitamente, porque o valor que recebemos (de cota, R$ 31,3 mil por mês) é pequeno e não conseguimos fazer essa contratação”, argumentou o deputado, que não teve custos com consultoria.

Além da cota parlamentar, cada um dos 513 deputados federais tem verba de gabinete no valor de R$ 78 mil mensais, destinados a salários. Com esse dinheiro, podem contratar até 25 assessores, com vencimentos que variam entre R$ 845 a R$ 12.940.

(Colaborou Cynthia Tavares)




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