Economia Titulo Investimento
Aplicação de parte do 1º salário
ajuda na disciplina financeira

Especialistas orientam trabalhadores a investir em qualificação

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
01/06/2013 | 07:05
Compartilhar notícia


Entrar no mercado de trabalho e conquistar a independência financeira é o objetivo de muitos jovens. Mas é interessante, desde o primeiro salário, aplicar um pouco da renda. Para alguns, o melhor é investir esse dinheiro em qualificação profissional e ensino, com vista para elevar o rendimento no futuro. Para quem já passou desta etapa, subsidiada pelos pais, a melhor opção é começar a pensar nos objetivos de médio e longo prazos, e na aposentadoria.

Direcionar as sobras da renda para a qualificação aumenta as chances de melhorar o rendimento mensal. “Principalmente se você ainda não está capacitado. Eu sempre acho que as pessoas têm que se qualificar muito mais do que a média”, opina o professor de Finanças da Escola de Economia da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana. “Ganha-se pouco nessa fase (recém-ingresso no mercado de trabalho). Então o desafio é viver dentro do orçamento.”

Já para aqueles que ainda moram com os pais e já completaram uma graduação, provavelmente grande parcela do salário não ficará comprometida. E aplicar esse valor é muito importante para criar o hábito, destaca o consultor e educador financeiro André Massaro.

É uma forma de reforçar a disciplina financeira, afirma o professor do curso de Administração da Universidade Anhembi Morumbi Marcello Gonella. “Desta maneira, a pessoa melhora cada vez mais o seu controle financeiro. Não importa o quanto ganha, mas sim ter controle dos gastos.”

Caso as qualificações não sejam mais necessárias, é hora de pensar nos objetivos de médio e longo prazos, e na aposentadoria. E, para isso, será necessário traçar todos os gastos mensais, dispensar os supérfluos, reconhecer as sobras da renda e avaliar quais modalidades de investimento estão mais adequadas ao seu perfil. O que não é simples, assinala o professor de Finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) José Carlos de Souza. “Hoje, todos os indicadores são contrários. Temos o incentivo ao consumo e a grande oferta de crédito, que vão contra o poupar”, disse. Porém, ele alerta que, se o trabalhador consumir, se endividar, e ainda não tiver reserva financeira, controlar o orçamento no futuro será bem difícil.

O educador financeiro Álvaro Modernell recomenda destinar entre 5% e 10% da renda para aplicações com objetivos de médio e longo prazos, como a entrada de um apartamento ou um casamento. “E entre 3% e 5% em uma previdência privada para aposentadoria.”

Dana, da FGV-SP, pontua que os títulos do tesouro indexados na inflação são a melhor opção para poupar. Já Souza, da FIA, lembra que a poupança não tem cobrança de Imposto de Renda e apresenta boa liquidez, o que é interessante para pequenas quantias, mesmo com rendimento ligeiramente reduzido.

Lucro das listadas na Bolsa cai 12%

As aplicações em ações negociadas na Bolsa de Valores são formas de guardar o dinheiro com objetivo de ter rentabilidade no futuro. Além da valorização dos papéis, as empresas distribuem o lucro para os acionistas. Mas, considerada modalidade de alto risco, essa regra não é garantida. No primeiro trimestre, por exemplo, várias das companhias de capital aberto apresentaram prejuízos e, portanto, nada de distribuição de ganhos. E o resultado foi de que os ganhos líquidos totais de 320 companhias com ações na Bolsa caíram 12,2% em relação aos primeiros três meses de 2012.

Segundo levantamento da consultoria de mercado de capital aberto Economatica, as 320 empresas com ações negociadas na Bolsa lucraram R$ 40,2 bilhões no primeiro trimestre. Esse valor foi R$ 5,6 bilhões menor do que o montante acumulado no mesmo período do ano passado, quando o registro foi de R$ 45,8 bilhões.

A empresa do setor de petróleo e gás OGX Petróleo, por exemplo, puxou o resultado para baixo com prejuízo de R$ 798,7 milhões. Ela foi dona da maior perda entre todas as empresas pesquisadas. A MPX Energia ficou na segunda posição, com R$ 250,9 milhões de prejuízo, seguida pela Celesc, também do setor de eletricidade, com perdas de R$ 180,7 milhões.

Por outro lado, algumas gigantes, mesmo com desaceleração, apresentaram lucro polpudo e seus acionistas, com certeza, receberão parte disso. A Petrobras teve o melhor resultado, com lucro líquido de R$ 7,69 bilhões, montante 16,5% menor do que no primeiro trimestre de 2012.

A Vale, do setor de mineração, apresentou queda de 7,73% na comparação anual, mas teve ganhos de R$ 6,2 bilhões. Em terceiro aparece o Itaú Unibanco, com lucro líquido de R$ 3,48 bilhões, alta de 1,64%.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;