Cada vez mais, o sexo feminino curte e entende o esporte
Entender as regras, vestir a camisa, reservar a quarta e o domingo para ficar grudado na telinha e ir ao estádio para ver o time do coração não são apenas coisas de garotos. Tem menina que manda muito bem quando o assunto é futebol.
Carolina Peliciari Garcia, 14 anos, de São Bernardo, não perde um jogo do seu time, o Palmeiras. Ela curte o esporte mais do que o irmão.“Sempre visto a camisa para dar sorte. Às vezes, até falo sozinha quando acho algo errado”, diz a menina, que conta com a companhia do pai.
Neste ano, ela realizou o sonho de ir ao estádio. “É melhor ver tudo de bem perto.” Carolina também acompanha o que rola nos campeonatos internacionais e coleciona camisas das equipes, como a do Real Madrid. “Peço de presente para cada familiar que viaja.”
Mais do que curtir o futebol em si, a garota também é apaixonada por Cristiano Ronaldo, da seleção de Portugal. Ela até já teve caderno, no qual escrevia tudo sobre ele. Agora quer ir além: seu plano é ser jornalista especializada em esportes.
DENTRO DE CAMPO
Mesmo com o preconceito que as mulheres ainda enfrentam no futebol, Jéssica Silva de Oliveira, 18, de São Bernardo, pretende se profissionalizar. “É normal ouvir que é coisa de menino. Mas para acabar com isso é preciso mais incentivo. Meus pais sempre me apoiaram”, diz a garota, que admira o trabalho da jogadora Debinha da seleção Brasileira.
Outra coisa que não a incomoda é quando falam que futebol não combina com beleza. “Isso não tem a ver com o esporte. Não é porque gosto de jogar que vou deixar de me arrumar. Sou vaidosa sim.”
Jéssica joga desde os 7 anos e para alcançar o objetivo se dedica ao máximo aos treinos no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. “Quero mostrar que somos capazes”, ressalta. Ao acompanhar os jogos do seu time pela TV (é são-paulina), observa as jogadas com atenção.
Mas, assim como a maioria das meninas que curte futebol, tem dificuldade para achar alguém que saiba trocar ideia sobre o assunto. “Tenho amigas que gostam, mas conversar só com os meninos mesmo.”
O QUE ELES PENSAM?
Enquanto alguns torcem o nariz com a presença das garotas na torcida, Kauê Sanches, 16, de São Caetano, acredita que todos têm os mesmo direitos e as elogia como torcedoras. “Costumam ter mais paciência e não são violentas nos estádios. Tenho amigas que sempre apoiam o time, gritam e vestem a camisa.”
Na hora de se relacionar, Kauê prefere as que gostam de futebol. “É bom porque dá para conversar sobre o tema. O namoro fica melhor.” O garoto não se importa com o estilo das meninas, se usam ou não as camisas dos times que curtem. “Infelizmente existe preconceito e muita coisa tem de mudar. É preciso respeito.”
Personagem de novela é louca pelo Corinthians - Giane da novela Sangue Bom, da Globo, ama futebol e é torcedora do Corinthians. O D+ conversou com Isabelle Drummond, 19 anos, que nega ser tão fanática quanto a personagem. “Gosto de assistir a jogos de futebol, mas não tenho acompanhado.” Para criar Giane, a atriz conversou com torcedores, leu livros e usou informações dos autores. “Tive ainda de treinar o meu grave (voz). Precisei descobrir o meu outro lado, em todos os sentidos”, explica.
Quanto ao estilo da personagem (usa roupas largas), Isabelle garante que não é por causa do esporte. “Conheço várias patricinhas que curtem futebol. Eu sou uma (risos).” Já em relação ao preconceito, a atriz acredita que acontece quando a mulher entra em um ambiente em que os homens dominam. “Foi sempre assim, pelo menos até se mostrarem capazes ou melhores.”
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