Sete obras de saneamento com recursos das primeira e segunda etapas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Grande ABC estão paralisadas ou em ritmo lento, de acordo com relatório do Instituto Trata Brasil. Quatro intervenções interrompidas estão em Santo André e uma em São Bernardo. Cada cidade também possui um investimento em andamento moroso.

Juntas, as sete melhorias estão avaliadas em R$ 269 milhões, sendo que o governo federal já liberou R$ 62,8 milhões. Parte dos projetos é gerida em parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

Das quatro obras paralisadas em Santo André, duas ficam em regiões da periferia da cidade. A implantação do sistema coletor de esgoto sanitário no bairro Recreio da Borda do Campo está estacionada nos 64,89% de execução. Já a despoluição do Córrego Guarará com a coleta e afastamento de esgoto do Jardim Santo André não passou dos 52,13% do cronograma.

As outras duas intervenções interrompidas pela Prefeitura são a interceptação dos esgotos sanitários para tratamento e o esgotamento sanitário por redes coletoras, coletores troncos e interceptores. Melhorias para todo o sistema municipal, elas seguem com 37,92% e 33,53% de andamento, respectivamente.

O investimento que tem ritmo lento é a ampliação do sistema de esgotamento sanitário do município. Com orçamento de R$ 10 milhões, a obra firmada em 2008 junto à Sabesp não passou os 56% do cronograma inicial.

A administração de Carlos Grana (PT) culpou a gestão do ex-prefeito Aidan Ravin (PTB) pela paralisação e disse que alguns investimentos já foram retomados, como a do bairro Recreio da Borda do Campo e a despoluição do Córrego Guarará.

A primeira está em fase de construção de uma estação elevatória no entroncamento das ruas Mico Leão Dourado e Tamanduá Bandeira, além de um coletor na Rua Suçuarana. A segunda se encontra na etapa de canalização do córrego no cruzamento com a Estrada do Cata Preta.

As demais serão retomadas em junho e estão sob responsabilidade do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), pois envolvem desapropriação de imóveis em áreas beneficiadas e aguarda ajustes por parte da Sabesp.

Em São Bernardo, o Instituto Trata Brasil apontou duas obras emperradas: a construção do primeiro trecho do coletor-tronco no Ribeirão dos Couros em frente à favela Naval, na divisa com Diadema, e ampliação do sistema de esgotamento sanitário nas bacias do Ribeirão dos Couros e da margem Norte da Represa Billings.

Elas demandarão R$ 214,5 milhões dos cofres da União, do Estado e da Prefeitura, sendo que R$ 36,8 milhões já foram liberados pelo governo federal. A intervenção em frente à favela Naval, contratada em 2008, está com andamento em 65,14%, enquanto a readequação do sistema no Ribeirão dos Couros e Represa Billings só avançou 1% - está em fase de licitação.

Parceira do Paço de São Bernardo nos dois projetos, a Sabesp informou ao Instituto Trata Brasil que aguarda a conclusão da canalização dos córregos antes de avançar as etapas. Disse também que espera planilha da administração municipal para verificar o andamento financeiro da obra.

Em nota, o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) afirmou que "o projeto de canalização do Ribeirão dos Couros precisou sofrer revisão por conta do sistema de drenagem no piscinão" e que as readequações estão sendo "finalizadas". No momento, de acordo com a gestão petista, estão em execução serviços complementares, como "como implantação de perfis metálicos para a canalização do córrego". A previsão de entrega é junho de 2014.