Fabricantes têm alta de apenas 4% na produção, por causa de entrada de itens do Exterior
As fabricantes brasileiras de pneus vêm em crescimento, apesar de serem prejudicadas pela enxurrada de importados, que tiram espaço da indústria nacional no mercado interno. O setor registra, no primeiro quadrimestre, alta de 4% na produção, ajudada pela reação nas vendas para as linhas de montagem de caminhões. Isso é favorável para o Grande ABC, já que as duas indústrias do ramo (Pirelli e Firestone) instaladas em Santo André fabricam itens para esses veículos. A expansão poderia ser maior, quando se verifica que as montadoras estão com produção 17% maior de janeiro a abril em relação ao mesmo período de 2012.
Segundo o presidente da Anip (Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos), Alberto Mayer, o desempenho tímido ocorreu por causa da importação - especialmente da Ásia -, que cresceu 25,5% na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado. Ele acentua que a perda de espaço se dá principalmente na área de reposição (ou seja, as lojas e oficinas), que hoje representam 51% das vendas das fábricas instaladas no País.
Mayer avalia que a forte entrada de produtos nas lojas ocorre porque o consumidor ainda é "muito suceptível a preços" e muitas vezes deixa de lado a qualidade do item adquirido. "A importação é maior em veículos de passeios mais populares, em pneus aro 13 a 15", cita. Além disso, o setor sofre com a falta de competitividade em relação ao importado, por questões como o câmbio, os custos fiscais e fiscalização dos itens que chegam do Exterior. Entre as fabricantes, a Pirelli comunicou que o mercado brasileiro de pneus é muito afetado pela forte presença de pneus importados que entram em condições de competição desigual. "Os cenários competitivo e legislativo brasileiro não ajudam os produtores locais, apesar dos grandes investimentos que são realizados pela indústria do setor no País nos últimos anos", informou.
CARGA - O segmento de caminhões, cuja produção teve impulso de 43% no primeiro quadrimestre, manteve aquecidas as fábricas de pneus de Santo André. No município, a Pirelli faz produtos para esses veículos e para tratores, enquanto a Firestone faz itens para várias linhas, incluindo veículos de carga.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo, Márcio Ferreira, com a demanda em alta, as duas empresas somaram cerca de 400 contratações neste ano. Atualmente, a primeira conta com 2.500 funcionários e a segunda, 3.200.
A categoria está em período de negociação salarial. A data base na região é dia 1º de junho e o sindicato pleiteia a reposição da inflação, mais aumento real de 7%. No dia 27, a entidade se reúne com a direção da Pirelli para falar sobre os pleitos dos trabalhadores e no dia 3 será a vez de apresentar a pauta de reivindicações para a direção da Firestone.
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