Política Titulo São Caetano
Servidores protestam
contra atraso de reajuste

Negociação entre o Paço e o Sindserv segue travada; data base da categoria está vencida há dois meses

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
22/05/2013 | 07:14
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Cerca de 40 servidores de São Caetano protestaram durante a sessão na Câmara ontem contra o atraso na negociação sobre o reajuste salarial em pouco mais de dois meses. A data base da categoria venceu dia 1º de março e até agora o Palácio da Cerâmica apenas definiu que o acréscimo não será inferior ao índice da inflação de 6,87%, ante aos 20% solicitados pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos).

Os alvos dos manifestantes foram, justamente, os dois responsáveis pela negociação do aumento: a Prefeitura e o sindicato. O prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) foi criticado pelo atraso na definição e a justificativa de que a dívida pública de R$ 264,5 milhões herdada da gestão passada dificulta a solução. "Na campanha todos dizem que o funcionalismo será valorizado e será prioridade, mas depois esquecem", reclamou o inspetor de escola José Roberto de Oliveira.

A avaliação negativa do presidente do Sindserv, Miguel Parente Dias, foi unanimidade entre os manifestantes. "O nosso sindicato não existe. Nunca vi eles informando ninguém sobre as lutas da categoria", reclamou o Guarda Civil Municipal Mauro Pinto Silva.

No Palácio da Cerâmica, o planejamento é para que o reajuste seja viabilizado de maneira parcelada. Seriam em torno de 5% de imediato e um índice que superaria a inflação e ainda daria ganho real aos vencimentos para dezembro. Pinheiro chegou a prever o fim da negociação para anteontem, porém, a questão financeira ainda não foi resolvida. A Prefeitura informou que conversas estão em andamento e que o trabalhador não terá perda salarial.

No Sindserv, ninguém, exceto o presidente, sabe informar sobre o andamento do diálogo com o Paço. Desde a semana passada, o mandatário do sindicato não retorna aos telefonemas do Diário.

Mesmo com os funcionários munidos de cartazes e pedidos de atenção dos parlamentares, apenas dois vereadores dialogaram com a categoria. O primeiro a explorar o assunto foi Roberto do Proerd (PMDB), que aproveitou o espaço na tribuna para sair em defesa do governo. "Estamos passando por sérios problemas por conta da dívida pública, mas não estamos de braços cruzados. Tem uma equipe trabalhando só para resolver essa questão."

Aparecido Inácio da Silva, o Cidão do Sindicato (PDT), conversou com os manifestantes após o término dos trabalhos. "Estou comprando essa briga. Inclusive, já conversei com o prefeito e com o presidente do sindicato. Temos que encontrar um entendimento sensato. Se não há o recurso, o governo precisa pensar em remanejamento de verba, mas não pode tratar o trabalhador dessa forma."

POLÊMICA

Mesmo com pedido de vistas, o projeto de lei do vereador e assessor jurídico do DAE (Departamento de Água e Esgoto), Paulo Bottura (PTB), causou polêmica. O petebista propõe que a autarquia perdoe valores exagerados em contas de água quando for comprovada a existência de vazamentos invisíveis. A prática já é adotada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

A comissão de Justiça e Redação da Câmara deu aval para matéria, porém, o DAE contestou o parecer com uma análise de que o município não pode incentivar o desperdício de água. "Eles não podem anular a decisão do Legislativo, está errado", condenou Pio Mielo (PT).




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