Embasada no número de coleta de assinaturas para criação da Rede Sustentabilidade no Grande ABC - cerca de 20 mil -, a ex-senadora Marina Silva afirmou que sente acolhimento da região em relação à nova sigla, após ministrar palestra para alunos da UFABC (Universidade Federal do ABC), no campus de Santo André. Em números que englobam o País, o partido já conta com 330 mil apoiadores.

"São Paulo é o lugar que temos mais assinaturas, seguido do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Sinto que há um acolhimento muito grande, tem um grupo de pessoas com militância autoral em um processo horizontal. Temos mais de 7.000 pessoas colhendo assinaturas em todo o Brasil. Ter 300 mil assinaturas em menos de três meses é um feito inédito. A maioria dos partidos leva de oito meses a um ano. Se não fossemos uma rede de fato, não teríamos conseguido", declarou Marina.

De acordo com Matheus Prado, organizador da sigla em Mauá, a região está à frente de 17 Estados na coleta de assinaturas. "Temos 20% das assinaturas de São Paulo, só Mauá e Santo André juntas têm 15 mil assinaturas", destacou. Apesar de rechaçar uma meta de apoiadores no Grande ABC, integrantes da Rede chegaram a estabelecer o número de 30 mil. O vereador Almir Cicote, que deve deixar o PSB, entregou 3.200 fichas de apoio à Rede nas mãos de Marina.

Para garantir o registro na Justiça Eleitoral, a Rede precisa de, no mínimo, 550 mil assinaturas.

NACIONAL

A ex-senadora disse que a declaração dada há três dias no Recife (PE), de que criticar o deputado federal Marco Feliciano (PSC) por ser evangélico é um erro, foi "deturpada". A fala foi repercutida em todo País. "Quem vê a minha declaração sabe que eu fiz uma crítica ao Feliciano, não só no comportamento, mas nos outros temas. E, obviamente, tenho dito que temos que fazer as críticas no mérito. Não acho que se deva fazer críticas a ninguém sem que seja pelas suas posições. E isso foi repercutido na militância de partidos que me fazem oposição."

Apesar de evitar o tema eleição, Marina atacou a proposta que tramita no Congresso com apoio maciço do PT para retirar de novas legendas acesso ao horário político gratuito veiculado no rádio e TV e o acesso a recursos do fundo partidário. "Estão querendo nos tirar os 35 segundos de televisão no tapetão. Acho que é uma coisa desmedida. A presidente Dilma (Rousseff, PT) terá em torno de 14 minutos, o PSDB terá dez minutos e querem nos tirar na base do oportunismo. Se for aprovado, nós vamos recorrer no STF (Supremo Tribunal Federal). A Procuradoria Geral da República já deu um parecer dizendo que o projeto é inconstitucional."