Alvo preferido de vereadores sem espaço no governo, o articulador político da Prefeitura de São Caetano, Moacir Guirão (PMDB), disse que seus críticos estão de olho em seu cargo. E, para rebater a avaliação de que a articulação governista tem problemas, o peemedebista destacou desempenho de 100% de aprovação dos projetos do governo do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB).

"Quem me critica são pessoas que gostariam de estar no meu lugar. O meu trabalho vem sendo muito benfeito. Tem respaldo de muitos amigos vereadores e do prefeito Paulo Pinheiro", analisou Guirão.

Pinheiro, amigo pessoal de longa data de Guirão, avaliou a articulação como 100%. "Ele conseguiu evitar as CPIs, aprovou todos os meus projetos e tem vontade de contribuir com a cidade. Porque eu iria trocar? Quem está falando mal é porque tem outros interesses que nós não atendemos", comentou o prefeito.

O articulador exalta ter cumprido ordem do prefeito para evitar a instauração das CPIs da Dívida Pública e da Mobilidade. "Segurei as duas", declarou. A primeira investigação foi discutida logo no começo da legislatura e tinha intenção de vasculhar a herança financeira de R$ 264,5 milhões deixada pelo ex-prefeito e atual secretário estadual de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB). A solução encontrada para conter os ânimos na Câmara foi a criação da comissão especial mista entre Executivo e Legislativo, que atualmente acompanha a negociação do passivo do Paço.

A fórmula de mesclar os trabalhos e evitar fatos políticos negativos também funcionou para a proposta de investigar o setor de Mobilidade. A conclusão do TCE (Tribunal de Contas do Estado) de que o contrato e a licitação que deram a concessão das linhas municipais de ônibus para a Vipe (Viação Padre Eustáquio) são irregulares motivou a discussão. Guirão conseguiu incluir a investigação na comissão especial mista.

Além desses dois pontos, todos os projetos de lei do Executivo foram aprovados com tranquilidade. Os mais importantes foram a ampliação de nove para dez parcelas e aumento no abono a profissionais da Educação, correção no Conselho de Fiscalização dos recursos do Fundeb (Fundo Municipal de Desenvolvimento da Educação Básica).

O retrospecto positivo, no entanto, não conseguiu evitar que requerimentos de informação, pratica atípica na cidade, fossem aprovados aos bolos mesmo com pedidos de Guirão para que isso não ocorresse. O governo creditou a conduta ao fato de não ter aberto para os parlamentares indicarem aliados em cargos comissionados na Prefeitura.

Em reuniões com o chefe do Executivo, parlamentares chegaram a pedir a saída de Guirão e evocaram ex-articuladores das administrações de Luiz Tortorello (morto em 2004), Antonio de Pádua Tortorello, e José Antonio Dall'Anese, além de Cláudio Demanbro.