Os tempos de briga do PSD no Grande ABC ficaram para trás. Essa foi a mensagem transmitida ontem pelos líderes pessedistas durante a posse do secretário de Obras de Santo André, Paulinho Serra (PSD), como presidente do diretório andreense. Mais do que isso, o novo comandante já traça meta ambiciosa: ser a segunda maior força partidária da cidade em 2016.

Ele vislumbra fazer a segunda maior bancada de vereadores na próxima eleição municipal e, de quebra, já é cogitado para ser vice na reeleição do prefeito Carlos Grana (PT). "Ainda é cedo para falar disso. Mas queremos uma chapa de parlamentares competitiva", despistou o pessedista.

Paulinho Serra salientou a importância da união dos militantes, principalmente na eleição de 2014, pleito preparatório para as eleições municipais em 2016. "No PSD, o nosso sonho renasce e passa a ser realidade", enfatizou durante o discurso.

O secretário de Obras nunca escondeu o desejo de ser prefeito da cidade. Ele saiu do PSDB após a direção municipal tucana impedir o projeto em 2012. "Sai do PSDB, mas respeito os quadros que lá estão. Deixei porque as pessoas que comandam o partido em Santo André traíram o que pregam. Foi algo triste para mim."

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O deputado estadual José Bittencourt (PSD) e o articulador do PSD na Região Metropolitana e vereador da Capital, José Police Neto (PSD), estiveram no evento e demonstraram que a disputa pela articulação regional foi superada.

Bittencourt foi o primeiro a dar sinais de que as discussões públicas com o correligionário pertencem ao passado. "Estaremos todos juntos e estou na condição de vice-presidente do diretório. A composição é de companheiros e temos o compromisso de não brigarmos, mas sempre dialogarmos sobre pessoas e quadros que queiram entrar no partido. O objetivo é que não tenha rusga", afirmou.

O deputado deixa a presidência do PSD andreense para se dedicar ao pleito do ano que vem, quando tentará o quarto mandato na Assembleia Legislativa. O pessedista reconheceu a liderança de Police e avaliou que o incômodo pelas articulações partidárias são comuns.

O vereador paulistano avaliou que as brigas internas pelo espaço no Grande ABC tornaram-se algo comum dentro do partido. "A região é uma plataforma estadual importante. As composições têm disputa e desejo de projeção, mas também há confiança. Quando há confiança, sabe-se onde quer chegar", destacou.

Police admitiu que a composição do novo diretório foi algo difícil de ser conquistado. Nos bastidores, comentou-se que Bittencourt não estava disposto a abdicar do cargo de presidente e que a renúncia ocorreu mediante ao compromisso de Paulinho em apoiá-lo na eleição do ano que vem. "O diretório nasceu de uma disputa efervescente e não de um aperto de mão e troca de olhares. Tudo foi muito discutido e o caminho levou para esses dois dirigentes", ponderou Police.