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Teerã e Londres se esforçam para resolver o caso dos marinheiros
Da AFP
03/04/2007 | 12:09
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O Irã se mostrou otimista nesta terça-feira quanto a uma possível solução para o conflito criado pela prisão de 15 marinheiros britânicos O primeiro-ministro britânico Tony Blair concordou ao declarar que as próximas 48 horas serão decisivas.

Mesmo assim, Blair fez questão de advertir que a Grã-Bretanha se verá obrigada "a tomar decisões cada vez mais duras" se os 15 marinheiros não forem libertados o quanto antes, destacando que seu governo seguiu "caminhos muito claros" durante esta crise.

"Um é tentar resolver isso por meio de uma negociação pacífica e serena, trazer nosso pessoal o quanto antes possível. O outro é deixar claro que se isso não for possível, então deveremos tomar decisões cada vez mais duras", enfatizou.

Já o ex-embaixador britânico no Irã Sir Richard Dalton afirmou que não se deve esperar uma libertação imediata dos marinheiros e que, além disso, as conversações sobre a crise devem durar vários dias.

"Faço a advertência para que não existam muitas esperanças de que algo acontecerá em breve, ainda há muito a discutir", declarou o ex-embaixador ao canal de televisão BBC News 24.

Outro lado - A declaração foi feita depois que Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional iraniano, deu mostras de que deseja obter uma solução diplomática.

O vice-presidente do Irã, Parviz Davudi, também se mostrou otimista a respeito de uma solução rápida da crise, mas pediu à Grã-Bretanha que reconheça a violação das águas territoriais iranianas.

"Londres deve dar garantias, dizer que houve violação e que não acontecerão mais erros no futuro", declarou Davudi. "Se Deus quiser, isso será solucionado em breve", acrescentou.

"O governo britânico iniciou conversações diplomáticas com o ministério das Relações Exteriores iraniano para solucionar o tema dos militares britânicos", informou Larijani, citado pela Agência Central de Informação Iraniana.

"Estamos no início do caminho. Se isto prosseguir, logicamente as condições podem mudar e podemos chegar a uma solução", acrescentou.

Larijani também voltou a acusar Londres de ter complicado a libertação dos marinheiros com sua atitude.

"A princípio estava previsto que o tema da detenção dos marinheiros britânicos seria solucionado naturalmente dentro das relações bilaterais e que Londres reconheceria seu erro para ajudar a solucionar este assunto", declarou Larijani.

"Porém, eles agiram de forma diferente, como se a violação das águas iranianas fosse uma coisa normal", disse

Allaeddin Borujerdi, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento iraniano, pediu a Londres que envie uma missão a Teerã.

"Para acabar com este problema é necessário que Londres envie uma missão oficial para dar explicações", afirmou Borujerdi.

O conflito diplomático começou em 23 de março, quando o Irã capturou uma embarcação britânica com 15 marinheiros a bordo, argumentando que eles se encontravam em águas territoriais de seu país, o que tem sido negado pelas autoridades britânicas. A televisão estatal iraniana chegou a exibir imagens dos marinheiros, afirmando que todos eles "admitiram" ter violado as águas iranianas.




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