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Grupo islamita reivindica atentados durante o Natal na Nigéria
Da AFP
28/12/2010 | 10:54
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Um grupo islamita, que pode ser a seita Boko Haram, reivindicou nesta terça-feira em um site os atentados que causaram a morte de dezenas de pessoas durante o Natal na Nigéria.

O grupo, que promoveu uma sangrenta sublevação em 2009, advertiu que continuará atacando os "ímpios e seus aliados".

"Nações do mundo, saibam que os ataques de Suldaniyya (Jos) e Borno na véspera do Natal foram cometidos por nós, Jama'atu Ahlus-Sunnah Lidda'Awati Wal Jihad", diz a declaração postada na internet.

O nome do grupo significa "Povo consagrado aos ensinos do Profeta para a propagação da guerra santa" (Jihad).

Os atentados marcam "o começo das vingança depois das atrocidades cometidas contra os muçulmanos nessas regiões e no país", afirma o comunicado.

"Seguiremos atacando os ímpios e seus aliados e todos aqueles que os ajudam até o triunfo de Alá", conclui o texto.

Os confrontos ocorridos no Natal no centro da Nigéria, onde convivem cristãos e muçulmanos, deixaram 86 mortos, superando em mais que o dobro as cifras fornecidas até agora, segundo informou nesta terça-feira uma agência governamental.

A polícia, que informou sobre 35 mortos (32 na sexta-feira e três no domingo) em Jos, continua afirmando que o saldo é muito menor que o fornecido por esta entidade governamental, a Agência Nacional de Situações de Emergência, que insiste que seus dados, obtidos em hospitais, são corretos.

Uma onda de enfrentamentos foi registrada no fim de semana na Nigéria e três igrejas foram atacadas no norte do país.

Jos, capital do estado de Plateau, fica no meio do caminho entre o norte predominantemente cristão e o sul, habitado majoritariamente por comunidades cristãs.

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, prometeu no sábado que o governo faria todo o possível para que os responsáveis pela morte de "nigerianos inocentes, tanto cristãos quanto muçulmanos", fossem levados à justiça.

O Papa Bento XVI denunciou no domingo a "violência absurda" contra cristãos depois dos ataques contra cristãos nigerianos.

Grupos de defesa dos direitos humanos nigerianos afirmam que mais de 1.500 pessoas foram vítimas da violência entre cristãos e muçulmanos apenas este ano.

As eleições na Nigéria estão marcadas para o mês de abril, e observadores internacionais já alertaram para um aumento da violência ligado à aproximação do pleito.




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