A família do fazendeiro Jamal Rassi, apontado pela empresária Vilma Martins Borges como pai de Roberta Jamilly Borges, vai entrar com uma ação judicial pedindo indenização por danos morais e materiais. Ele afirma que pagou, durante sete anos, pensão para Vilma, que criou a jovem de 23 anos como se ela fosse sua filha legítima. A solicitação acontecerá na esteira de um exame de DNA que comprou que Roberta é na verdade Aparecida Fernanda, que foi tirada da mãe biológica quando ainda era uma recém-nascida, em março de 1979, numa maternidade de Goiânia.

Apesar de não ter sido registrado oficialmente como pai de Roberta, o fazendeiro alega que pagou a pensão por ter sido ameaçado pela empresária. A jovem foi registrada como filha de Vilma e do fiscal de rendas Osvaldo Borges, já falecido.

A advogada Darlene Oliveira, ouvida pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, afirmou que a empresária fingia ter filhos de pessoas de alto poder aquisitivo para extorquir dinheiro. Segundo Darlene, a empresária ameaçou Jamal Rassi de morte diversas vezes. Segundo a advogada, contou que Vilma disse que o fazendeiro não ficaria vivo para ficar com seus outros filhos se não assumisse Roberta.

Se ganhar o processo, o fazendeiro anunciou que doará o dinheiro da indenização para instituições de caridade.

Na quarta-feira passada, a polícia de Goiânia confirmou que Roberta Jamilly Borges é filha da dona de casa Francisca Maria Ribeiro, que teve o bebê subtraído na Maternidade de Maio há quase 24 anos. Mas Roberta (batizada Aparecida Francisca Ribeiro pela mãe legítima) cresceu como filha da empresária Vilma Martins Costa, que é suspeita de participação no rapto da recém-nascida.

Vilma Martins também é suspeita pelo seqüestro do menino Pedrinho, subtraído de uma maternidade de Brasília há 17 anos. Um exame de DNA comprovou que Osvaldo Borges Júnior, criado e registrado como filho de Vilma e Osvaldo Borges, é na verdade o filho biológico de Jayro e Maria Auxiliadora Tapajós. Pedrinho só reencontrou os pais verdadeiros no ano passado.