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Igreja Renascer nao será responsável pela programaçao da Manchete
Do Diário do Grande ABC
06/01/1999 | 19:48
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A parceria entre a Igreja Renascer e o Grupo Bloch para produçao e comercializaçao dos programas da TV Manchete nao exime o grupo da responsabilidade sobre o que for veiculado na emissora. A informaçao é do Ministério das Comunicaçoes que explicou, através da assessoria de imprensa, que tecnicamente, a legislaçao nao impede a venda de espaço nem contrataçao de terceiros para produzir programas. No entanto, quem responde e é acionado no caso de algum problema é o grupo concessionário e nao a produtora dos programas.  

O diretor jurídico da TV Manchete e representante da emissora na Associaçao Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisao (Abert), Alan Caruso, defende a validade do acordo, já que esta exigência legal vai ser cumprida, ``pois o Grupo Bloch continuará a gerir e avaliar a programaçao', conforme mandou dizer através da assessoria de imprensa.  Ele nao esclareceu, no entanto, se os programas serao produzidos no Rio ou em Sao Paulo, pela produtora RGC, ligada à Igreja Renascer e com quem foi assinado o acordo com o Grupo Bloch. Este é o grande temor dos sindicatos de empregados da TV Manchete, o dos radialistas, jornalistas e artistas.

Hoje, 150 funcionários da emissora fizeram manifestaçao em frente ao Palácio Guanabara e chegaram a tumultuar o trânsito na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, zona sul do Rio. Eles foram pedir apoio ao governador Antony Garotinho (PDT) para impedir a mudança da sede da emissora do Rio para Sao Paulo e, até o fim da tarde, esperavam ser recebidos pelo governador.  Os funcionários da Manchete chegaram por volta de 16 horas ao Palácio e logo depois, Garotinho chegou. Mesmo contrariando recomendaçao da segurança, entrou pela porta da frente e foi saudado pelos manifestantes. Eles pediram também que o governo do Estado ceda dois ônibus para os empregados irem a Brasília, onde tentam uma audiência com o ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, na próxima segunda-feira.   

A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Janice Caetano, disse que, ``se a parceria resultar em demissoes, é melhor cassar a concessao da TV Manchete, pois ela já está sendo alugada'.Sem comunicaçao - Em Brasília, tanto o Ministério das Comunicaçoes quanto a Abert negaram ter recebido qualquer comunicado do Grupo Bloch ou da Igreja Renascer sobre a parceria fechada esta semana. O diretor-executivo da Abert, Oscar Picones, explicou que o órgao nao tem, necessariamente que ser avisado de uma transaçao deste tipo.   ``Só se houvesse mudança na composiçao da diretoria da emissora ou em sua representaçao na Abert', explicou ele, lembrando que, se a exigências do Código de Radiodifusao forem cumpridas, nao há problema.

O código determina que toda emissora de televisao deve ter, no mínimo, 5 horas semanais de programaçao educativa e 5% de programaçao jornalística.``Mas nao há nada sobre quem deve produzir os programas', ressaltou ele.  Já o deputado federal Luiz Alfredo Salomao (PDT-RJ), que fez parte da Comissao de Comunicaçoes, Tecnolocia, Ciência e Informática da Constituinte de 1988, é de opiniao que, ao menos a Agência Nacional de Telecomunicaçoes, deveria homologar o acordo. ``A concessao é do Grupo Bloch e, se alguém opera no lugar deles, essa decisao deveria passar pela agência reguladora do governo.




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