Um médico paranaense de 28 anos descobriu como identificar precocemente em pacientes submetidos a transplante de medula óssea a infecção por um vírus de resfriado, que pode ser letal nos transplantados. Emerson Leandro Gasparetto estudou tomografias computadorizadas de alta resolução feitas ao longo de uma década no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

Ele foi o primeiro médico do mundo a estabelecer os parâmetros nesse tipo de exame que revelam a infecção pelo VSR (vírus sincicial respiratório). O trabalho ganhou o Prêmio Philips Jovem Médico de 2004 e foi apresentado no maior congresso mundial de radiologia, organizado pela Radiology Society of North America, em Chicago.

O VSR é o mesmo que acomete crianças no inverno. Mas nos pacientes que passaram por transplante de medula óssea, que estão com as defesas baixas, o vírus pode levar à morte em três dias. O método de diagnóstico tradicional exige cinco dias para o diagnóstico – um líquido é injetado no pulmão, retirado e submetido a teste imunológico para verificar se o paciente foi infectado por vírus, bactéria ou fungo.

Enquanto fazia residência médica no Hospital de Clínicas, Gasparetto teve acesso a 500 tomografias feitas entre 1993 e 2003. “É um material muito valioso e a maior dificuldade de os pesquisadores estudarem a presença desse vírus é a falta de um arquivo como esse”, disse o médico.

Com base nos exames, Gasparetto estabeleceu os parâmetros que vão ajudar os médicos a perceberem, pela tomografia, que o paciente foi infectado pelo VSR. Descobriu ainda que 20% dos transplantados infectados pelo vírus não apresentam qualquer alteração na tomografia.