O governo da Bolívia pretende recuperar a propriedade da Entel (Empresa Nacional de Telecomunicações), atualmente controlada pelo grupo italiano Telecom, destacou o vice-presidente Álvaro García.

"O objetivo é recuperar as empresas estatais e fazer com que o Estado detenha 50% mais uma das ações", afirmou García, destacando que a política governamental determina que as empresas estratégicas bolivianas privatizadas durante o governo liberal de Gonzalo Sánchez de Lozada (1993-97) devem voltar ao controle do Estado.

A Bolívia, que em março do ano passado nacionalizou os hidrocarbonetos (reservas de petróleo e gás), aumentando enormemente sua receita fiscal, agora olha na direção da empresa de telefonia, segundo o vice-presidente. Ele disse que está sendo realizada uma "profunda investigação" dos investimentos feitos pelo grupo italiano.

A companhia Stet, transferida à Telecom em 2000, comprou 50% das ações da empresa boliviana em 1996, por US$ 663 milhões. Em setembro, tentou negociar a venda de seu pacote acionário por US$ 740 milhões. Os outros 50% passaram, em 1996, às mãos de administradoras de fundos de pensões que utilizam seus dividendos gerados por todas as empresas públicas -privatizadas durante a administração de Sánchez de Lozada e que passaram às mãos privadas - para pagar um bônus estatal de US$ 250 a todos os bolivianos com mais de 65 anos.

Na Entel, a assessoria informou que os executivos da companhia não se pronunciarão sobre este assunto antes de uma comunicação oficial do governo. Morales também que estatizar o setor de mineração.