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Ato relembra atletas argentinos desaparecidos no período da ditadura
Do Diário On Line
23/03/2006 | 19:57
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Liderado pelo Secretário argentino de Esportes, Cláudio Morresi, foi realizado hoje em Buenos Aires um ato em homenagem aos 26 atletas desaparecidos durante o período de ditadura militar (1978/1983). Morresi, ex-jogador profissional do River Plate e Huracán, cujo irmão Norberto foi seqüestrado e morto por um grupo paramilitar, liderou um ato na véspera de completar-se o 30º aniversário do golpe de Estado que instaurou uma brutal ditadura.

O terrorismo de Estado, que deixou 30.000 desaparecidos, atingiu sem distinção todos os setores e, entre os esportistas, o caso mais emblemático foi o seqüestro de 17 jogadores do clube La Plata Rugby, seis deles da categoria superior.

Um caso particular foi o de Cláudio Tamburrini, goleiro do Almagro (segunda divisão) seqüestrado em novembro de 1977 e detido no centro de repressão "Mansión Seré", que ficava em Morón (periferia oeste de Buenos Aires). Tamburrini fugiu quatro meses depois com três outros companheiros.

Tamburrini, hoje formado em filosofia, saiu do país e foi morar na Suécia, onde vive atualmente. Mas em 1985 esteve em Buenos Aires para testemunhar no histórico julgamento que condenou até a prisão perpétua as juntas militares.

Esses fatos, da mesma forma que os desaparecimentos de Daniel Schapira (tênis), Carlos Rivada (do clube de futebol Huracán de Três Arroyos) e o atleta Miguel Sánchez, foram comentados no documentado livro "Esporte, desaparecidos e ditadura", do jornalista Gustavo Veiga, lançado esta semana. O livro insiste na utilização política que fez a ditadura com o Mundial de Futebol de 1978 para esconder a violenta perseguição aos dissidentes e das denúncias pelas violações dos direitos humanos que surgiram na Europa, em um torneio no qual foi investido 517 milhões de dólares. Em homenagem a Sánchez, todos os anos se organiza uma competição atlética em Buenos Aires e em Roma chamada "a corrida de Miguel".



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