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Paciente acusa auxiliar de enfermagem de abuso
Javier Contreras
Do Diário do Grande ABC
01/05/2001 | 21:40
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Uma denúncia do marceneiro A.C., 27 anos, paciente do Pronto-Socorro do Centro Hospitalar de Santo André, contra o auxiliar de enfermagem E.F.B., 39, por atentado violento ao pudor será investigada nos próximos dias pela polícia e por um conselho interno de ética do hospital.

Segundo depoimento à polícia, o caso ocorreu por volta das 22h de segunda-feira em um dos quartos na ala de isolamento do PS, onde o marceneiro está internado desde o último domingo com suspeita de meningite. A. estava acompanhado de sua mulher, S.R.C., 30, quando surgiu E., que trabalha como auxiliar de enfermagem em ambulâncias. “Estava com muita dor e sentia fome. Ao comentar isso com minha mulher, surgiu o tal auxiliar de repente, insistindo para que ela fosse comprar um lanche e dizendo várias vezes que era perigoso permanecer no local. Eu estranhei porque os médicos haviam dito que não tinha perigo”, disse.

A. ainda afirmou que o auxiliar de enfermagem disse para sua mulher que era médico e que iria cuidar das dores que o marceneiro sentia no momento. “Minha mulher saiu para comprar o lanche e ele apareceu com uma injeção, que disse ser dipirona, contra dor. Ele aplicou no tubo do soro que estou tomando e pediu para me levantar e ir até o banheiro (anexo ao quarto). Depois, disse para abaixar as calças que ia me examinar. Eu, sem desconfiar de nada, abaixei, e ele me abraçou e começou a se esfregar em mim”, afirmou. No momento em que o marceneiro tentava se desvencilhar de E., sua mulher entrou no quarto. “O enfermeiro foi logo dizendo que estava tudo bem, que não havia acontecido nada. Depois ficou me ameaçando e eu fiquei com medo”, disse S..

O casal procurou a chefia de enfermagem do hospital, que os orientou a fazer a denúncia no distrito policial. Em depoimento prestado no 1ºDP de Santo André, E. alegou que verificava uma secreção nas nádegas, proveniente da retirada do líquido espinhal que A. havia feito em exame durante a tarde.

Enfermeiras que não quiseram se identificar disseram à reportagem do Diário que há suspeitas de outros casos em que E. também estaria envolvido. “Quando ele trabalhava na ala psiquiátrica também ficamos sabendo de casos de assédio sexual, mas não houve provas”, disse uma enfermeira.

A direção do Centro Hospitalar já está a par do caso e apresentará um relatório completo ao Conselho Regional de Enfermagem nos próximos dias, enquanto a polícia espera depoimento de A., após sua alta, para dar prosseguimento à averiguação do auxiliar de enfermagem.




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