Homenageado no Clube de Aeronáutica por 660 pessoas, entre militares da ativa e da reserva e civis que se reuniram nesta terça-feira em almoço de protesto contra sua exoneraçao do governo, o brigadeiro Walter Bräuer, ex-comandante da Força Aérea, disse estar surpreso com a repercussao de sua demissao. Bräuer disse acreditar que os militares nao estao expressando uma "revolta" restrita às três Forças. "É uma opiniao nao dos militares, mas da Naçao", declarou. O brigadeiro procurou afastar, no entanto, a possibilidade de uma crise militar no governo. Quando lhe perguntaram se o almoço ampliaria a revolta, Bräuer garantiu: "Claro que nao."
Em uma tentativa de abaixar o tom da indignaçao dos militares com o governo federal, o presidente do Conselho Deliberativo do Clube de Aeronáutica, brigadeiro Murillo Santos, garantiu em seu discurso na tarde desta terça-feira que os militares nao desejam se imiscuir na vida política do país e nem vao "reagir à bala" contra a privatizaçao da Infraero e extinçao do DAC. Em entrevista durante o almoço de desagravo ao brigadeiro Walter Bräuer,Santos disse ser contário a qualquer tentativa de impeachment do presidente Fernando Henrique Cardoso, embora alertasse que a mobilizaçao dos militares poderá levar a mudanças. "Mas sempre pela via institucional", garantiu. Mais exaltado, o presidente da entidade, brigadeiro Ércio Braga, disse que o almoço de adesao a Bräuer foi um "sinal amarelo" para o governo. "E vamos para o vermelho", disse.
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