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Nações Unidas advertem situação ‘catastrófica’ em Israel
Da AFP
18/07/2006 | 18:17
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As Nações Unidas lançaram nesta terça-feira em Beirute uma advertência sobre a situação humanitária do Líbano, que a organização qualifica como "catastrófica", com o deslocamento de meio milhão de pessoas nos sete dias de bombardeios israelenses contra o país.

A ministra libanesa das Relações Sociais, Nayla Moawad, acusou nesta terça-feira Israel de querer "matar de fome" o Líbano.

"A situação é, ao mesmo tempo, alarmante e catastrófica. Há cerca de meio milhão de refugiados. A situação é extremamente grave", declarou o representante no Líbano do Fundo Mundial para a Infância, Roberto Laurenti.

"Estamos particularmente preocupados com a situação das pessoas presas em casa, nas escolas ou nos hospitais do sul", região atingida pela ofensiva israelense lançada na quarta-feira, dia 12 de julho.

Laurenti expressou sua preocupação com o fornecimento de alimentos e remédios, que diminuíram drasticamente no país, praticamente isolado do mundo por Israel. O Estado hebraico bombardeou e bloqueou seus aeroportos, portos e as principais estradas para a Síria.

O representante do Unicef indicou que sua organização colocou à disposição do Líbano 7,5 milhões de dólares para permitir o fornecimento "em particular de produtos inteiramente destruídos pelos bombardeios" israelenses.

"Tentamos organizar corredores humanitários para levar alimentos, medicamentos e outros produtos, mas temos dificuldades para enfrentá-los", explicou.

"A estrada de Damasco está cada vez mais intransitável por causa dos bombardeios", disse.

"Estamos vendo se podemos levar ajuda por via marítima ou por outra alternativa", acrescentou, sem precisar como.

Os refugiados procuraram "refúgio nas casas de parentes ou de amigos nas regiões mais seguras. Outros 55 mil instalaram-se em escolas ou em jardins públicos", segundo o responsável da ONU.

"Estamos preocupados com esta situação, em particular por causa da falta de eletricidade, água, alimento, produtos farmacêuticos e condições sanitárias que poderiam provocar doenças", explicou Laurenti.

Há "dezenas de milhares de pessoas que fugiram para a Síria e estão em escolas lá".

O CICR (Comitê International da Cruz Vermelha) declarou nesta terça-feira que estava preocupado com os civis atingidos pelo conflito.

"A obrigação de distinguir entre civis e propriedades civis de um lado, e objetivos militares de outro está no centro das leis humanitárias internacionais que devem ser respeitadas sempre", lembrou o CICR.

A ministra libanesa das Relações Sociais acusou Israel de querer matar de fome o Líbano com esta ofensiva que isolou o país do mundo e destruiu as infra-estruturas e as fábricas de produtos alimentares.

"Israel faz uma guerra para matar o Líbano de fome. É uma situação desastrosa", advertiu ela, explicando que as regiões do interior do país estavam isoladas.

Israel confirmou o bloqueio nesta terça-feira.

"Precisamos de ajuda, sobretudo de alimentos e remédios", declarou. "Não sei quanto tempo podemos agüentar com esta situação catastrófica".




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