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Perícia feita por Badan Palhares na Suframa será revisada
Do Diário do Grande ABC
18/06/1999 | 14:22
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A quebra de sigilo bancário e telefônico do perito Badan Palhares, suspeito de ter produzido uma perícia fantasiosa no caso PC, pode produzir a revisao de outro trabalho realizado por ele e considerado igualmente estranho: é o que concluíu nao ter sido criminoso o incêndio no prédio da Suframa, em 15 de maio de 1994, onde foram destruídos os documentos sobre a chamada 'máfia do açúcar``.

Os deputados estaduais Mário Frota (PSDB) e Lino Chíxaro (PPS) prometem pedir à Justiça Federal para reabrir o processo sobre o incêndio do prédio, arquivado após o resultado da perícia realizada por uma equipe de peritos da Polícia Federal de Brasília, mais o perito Badan Palhares. O trabalho concluiu que o incêndio ocorreu por causa natural: a queda de um raio.

``Que raio foi esse que caiu numa noite em que nao choveu e sequer o tempo esteve sujeito à trovoadas?', ironiza o economista Serafim Corrêa. Na época, ele foi o primeiro a denunciar que o incêndio poderia ter sido criminoso. Naquele momento, a Polícia Federal do Amazonas investigava uma mega-sonegaçao praticado por empresários paulistas da cidade de Sao José do Rio Preto.

O golpe funcionava da seguinte maneira: os empresários declaravam a venda de mercadorias para a praça de Manaus, isentando-as do recolhimento de ICMS e vendiam os produtos no próprio mercado de Sao Paulo. O inquérito estava em seu final, quando irrompeu o incêndio do prédio da Suframa e queimou as provas do crime.

``Só um idiota pode acreditar que aquele incêndio nao foi criminoso', diz o deputado Mário Frota, que deve encaminhar segunda-feira, junto com seu colega Lino Chíxaro, o pedido de reabertura do processo. Ele quer que a perícia seja refeita por outros peritos e que, se pos-sível, as investigaçoes nas contas bancárias sejam ampliadas da época do crime de PC Farias para o ano de 1994, quando houve o incêndio da Suframa. ``Esse sinistro virou um esqueleto muito constrangedor nas prateleiras da Suframa, que precisa ser novamente periciado para, enfim, ser sepultado', diz o economista Serafim Corrêa.




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