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Exportações têm de crescer 15% ao ano, diz estudo
29/12/2002 | 19:47
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Um estudo desenvolvido pela AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) mostra que o País precisa manter um crescimento em suas exportações de 15%, em média, ao ano, para evitar crise cambial e sustentar o crescimento da economia. E que para isto acontecer, alterações precisam ser feitas, para que o País tenha uma política efetiva de comércio exterior.

Diz o documento que “lamentavelmente, ainda se discute pouco, e sem profundidade, o que deverá ser uma política de comércio exterior, nesse contexto. Entendemos que a política de exportação, nesse ambiente, precisa ser consolidada, pelo menos, em cinco vertentes.

São elas: criar nos empresários a certeza da parceria com o governo, baseada em política clara, simples, desburocratizada e permanente, que inspire confiança para estimular maiores investimentos na produção e na exportação; em segundo, corrigir a distorção estrutural e visível na concentração: dos produtos de exportação, dos exportadores, e de mercados, em termos relativos; maximizar a incorporação de tecnologias, principalmente para o desenvolvimento de produtos, comprando, alugando, copiando ou desenvolvendo.

O quarto aspecto é desburocratizar: existem, de acordo com o estudo, cerca de 2.400 atos no comércio exterior, sendo 916 na exportação, em diferentes hierarquias. Por último, está a vertente: implementar firme política de apoio à formação dos preços de competição em especial em quatro fatores, como a taxa de câmbio não especulativa; não tributação do produto exportado; sistema de financiamento integrado com recursos autônomos, e de operacionalização desburocratizada. E também uma logística eficiente e a custo decrescente.

“Em um mundo cada vez mais globalizado, a logística passa a ser determinante para a ocupação de espaços e domínio de mercados”, afirma a análise. A AEB salienta ainda que “o Brasil colhe, neste ano, oportuno e excelente superávit comercial, que permite reduzir as necessidades de recursos externos. Para isso foi importante a redução das importações, indício de uma retração econômica. Fazer superávit com queda na importação era lógica no passado. Nos dias presentes, com a economia aberta, a medida pode significar estrangulamento da própria exportação, diante do crescente coeficiente de dependência externa”.

Balança – A balança comercial brasileira do ano de 2002 deve ser conhecida oficialmente às 15h de segunda-feira. A tendência, segundo fontes do governo, é que o superávit fique acima de US$ 13 bilhões, igualando-se ao ano de 1993, quando o saldo chegou a US$ 13,299 bilhões.

A balança comercial acumulada de dezembro chegava, na última quinta-feira, ao superávit de US$ 1,644 bilhão. Com isto, o saldo no ano atingiu o valor de US$ 12,964 bilhões, faltando pouco para chegar a US$ 13 bilhões de superávit. O governo vai divulgar o resultado da balança nesta segunda-feira com a expectativa de um superávit que ainda não leva em conta as duas últimas semanas do ano, em torno de US$ 12 bilhões. No ano passado, o País exportou US$ 2,642 bilhões a mais do que importou.




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