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Empresários colombianos podem financiar a guerrilha
Do Diário do Grande ABC
19/10/2000 | 13:15
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O presidente da Associaçao das Indústrias da Colômbia (Andi), Luis Carlos Villegas, afirmou nesta quinta-feira que os empresários do país estao dispostos a financiar a guerrilha se ela decretar o fim verdadeiro e definitivo das hostilidades e se o processo de paz com o governo avançar satisfatoriamente.

``Os mecanismos alternativos de financiamento deste grupo, bem diferente dos seqüestros, extorsoes e outros delitos, podem ser buscados pela sociedade civil e os empresários nao estao excluídos desta', disse Villegas aos jornalistas.

O dirigente enfatizou que este financiamento aconteceria a medida que os gestos concretos de paz fossem realizados pelos grupos armados ilegais.

Villegas disse também que a Andi apóia a aprovaçao de uma lei que permita a troca de centenas de militares e policiais por guerrilheiros presos, sem deixar de incluir a libertaçao de reféns civis e o fim dos seqüestros com fins extorsivos e políticos.

O chefe do gabinete de Assuntos Andinos do Departamento de Estado, Phillip Chicola, declarou nesta quarta-feira em Bogotá que Washington financiaria os grupos rebeldes colombianos se o processo de paz ``ficar claro' e se estes decidirem sinceramente integrar a atividade política legal.

``Sob as circunstâncias adequadas, com um acordo de paz claro, sabendo os objetivos do finais do processo, a resposta é sim (daríamos apoio financeiro aos rebeldes), mas um sim atrelado a algumas condiçoes', afirmou Chicola.

Acrescentou que ``os Estados Unidos pensam que é fundamental e absolutamente necessário que se financie a transiçao destas organizaçoes e já o fez na América Central através dos governos ou de entidades internacionais'.

Entretanto, Chicola insistiu que ``um processo desta índole deve ter um compromisso claro de que estes grupos irao se converter em atores políticos legais e adotar medidas para que o processo nao seja apenas uma estratégia'.

``Sem os detalhes do acordo (colombiano de pacificaçao) e sem saber para onde vai o processo, nao podemos dizer agora se vamos ou nao cooperar, mas faremos isso se tudo ficar claro e tiver êxito', afirmou Chicola.

O governo do presidente Andrés Pastrana está negociando a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), a maior guerrilha do país, e mantém contato para dar início a um esquema formal de negociaçoes como o Exército da Libertaçao Nacional (ELN, guevarista).




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